Maia diz que acha dif�cil votar em conjunto todas as den�ncias contra Temer

Bras�lia, 29 - Ap�s dois dias em sil�ncio, o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira, 29, que, apesar de ser aliado do presidente Michel Temer, vai adotar uma postura "republicana" em rela��o � den�ncia protocolada contra o peemedebista. O processo foi enviado � Casa nesta quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em sua primeira entrevista sobre o tema, enquanto a leitura da den�ncia era feita no plen�rio, Maia disse acreditar ser dif�cil votar em conjunto todas as den�ncias que ser�o movidas contra o presidente, como queria a base aliada. Segundo ele, se o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, decidiu "fatiar" as acusa��es, n�o caberia � C�mara apens�-las.

"Eu n�o estou tratando sobre apensamento. Eu estou tratando sobre a den�ncia que tem. Eu acredito que Janot vai encaminhar outra pe�a. Se fosse a mesma pe�a, n�o viria separado. Como Janot � um homem preparado, ele n�o vai copiar e colar, ele vai apresentar outros argumentos", disse.

A den�ncia que chegou � C�mara nesta quinta acusa Temer e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures de ter recebido uma mala com R$ 500 mil de propina do grupo J&F. H� a expectativa de que pelo menos uma segunda den�ncia, sobre obstru��o de Justi�a, seja formulada por Janot.

Para Maia, caberia ao ministro Edson Fachin, relator da Opera��o Lava Jato no Supremo, decidir pelo apensamento, caso considere que as duas den�ncias devam tramitar em conjunto.

Ele, no entanto, afirmou que ainda vai debater esse tema com os demais deputados. "Eu estou discutindo tudo, com todos os l�deres, inclusive da oposi��o, apesar de o meu partido ser da base. Isso aqui vai ser um debate republicano, a institui��o precisa ser preservada, aqui n�o � para defender nem a posi��o do presidente, nem a posi��o da oposi��o, nem da PGR", afirmou.

Segundo Maia, � preciso "ter paci�ncia", porque essa � a primeira vez que um presidente da Rep�blica � formalmente denunciado por corrup��o. "Isso nunca aconteceu, a gente vai construindo em conjunto, de forma democr�tica. N�o h� aqui nenhuma vontade, por ser de um partido da base e ser aliado do presidente, de descumprir nenhum mil�metro o regimento da Casa e a Constitui��o", disse.

Recesso

Maia afirmou que ainda n�o sabe se ser� necess�rio suspender o recesso parlamentar, marcado para come�ar em 17 de julho. Segundo ele, essa decis�o vai depender de como a tramita��o vai se dar na C�mara.

Pelo regimento, a partir do momento em que Temer for notificado, o que vai acontecer ainda nesta quinta, passa a contar o prazo de at� dez sess�es plen�rias para que o presidente apresente a sua defesa. Depois disso, o relator da mat�ria na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a tem mais cinco para apresentar o seu parecer.

Maia disse ainda que vai trabalhar para que a C�mara n�o pare durante a tramita��o da den�ncia. Segundo ele, � necess�rio superar esse tema o mais r�pido poss�vel para retomar as vota��es da reforma da Previd�ncia. "O Brasil precisa que esse assunto esteja superado, independentemente do seu resultado, para que a gente volte a ter agenda de reformas. A C�mara precisa continuar a sua agenda", afirmou.

(Isadora Peron e Daiene Cardoso)