S�o Paulo, 29 - Cotado como potencial candidato ao governo do Estado e at� � Presid�ncia da Rep�blica em 2018, o prefeito Jo�o Doria (PSDB) disse nesta quinta-feira, 29, que sua voca��o na �rea p�blica � para o Executivo, e n�o para o Legislativo.
"N�o me vejo como agente do Legislativo, posso at� afirmar que jamais serei senador ou deputado, n�o tenho voca��o para o Legislativo", disse o tucano durante palestra em evento com investidores organizado pelo Citibank, na capital paulista.
O prefeito falou que deseja continuar fazendo gest�o na �rea p�blica com os preceitos do setor privado. "Respeito bastante o Legislativo, mas eu sou executivo. Quero continuar fazendo o mesmo que fiz na �rea privada, na �rea p�blica", disse Doria, refor�ando que tudo o que pretende fazer na administra��o p�blica deve estar estabelecido na lei.
Ele tentou afastar, no entanto, que est� decidido a ser candidato a presidente em 2018. Reconhece que sua gest�o est� "extrapolando" a cidade e impactando outros munic�pios e Estados. "Mas isso n�o me faz ser candidato a presidente da Rep�blica. N�o seria correto algu�m que acabou de ser eleito estar determinado a fazer campanha", declarou.
Durante a palestra, Doria repetiu seu discurso de que n�o � pol�tico. "Continuo sendo um gestor, eu n�o sou pol�tico. Eu estou na pol�tica. Eu n�o quero ser pol�tico por op��o, assim como fiz a op��o em torcer pelo Santos".
Ele afirmou ainda que est� convidando outros empres�rios a entrarem na pol�tica. "Quem vai cuidar do Brasil, os bandidos?", disse, ao justificar sua atitude. Ele destacou que h� "gente decente" na pol�tica. "A maioria n�o, mas h� gente decente".
Desestatiza��o
O tucano destacou seu programa de desestatiza��o e voltou a falar que pretende privatizar alguns equipamentos municipais, como o Anhembi, o aut�dromo de Interlagos, o Cremat�rio Vila Albina, cemit�rios, os mercados municipais e o Bilhete �nico. No caso do Bilhete �nico, Doria afirmou que a Prefeitura pode deixar de gastar R$ 250 milh�es por ano e arrecadar R$ 1 bilh�o em um leil�o de desestatiza��o.
Nesta madrugada, a C�mara aprovou em primeira discuss�o o projeto de lei de concess�o do est�dio do Pacaembu. Com isso, a Prefeitura projeta economizar R$ 400 milh�es em quatro anos. Doria afirmou que est� negociando com a C�mara para come�ar em agosto a "marcha" de aprova��o de projetos do programa.
Relatando suas viagens internacionais para apresentar o programa de desestatiza��o, Doria citou que h� interesse de fundos de investimentos no Brasil, apesar da crise pol�tica. "Com toda turbul�ncia pol�tica, o Brasil ainda tem interesse e gera interesse em fundos de investimentos", disse.
Sem citar diretamente a crise pol�tica que envolveu o presidente Michel Temer (PMDB) e a empresa JBS, Doria afirmou que, na atra��o de investimentos � cidade, a Prefeitura n�o vai usar BNDES e eleger campe�es nacionais "para n�o viver os problemas que agora estamos vendo o que aconteceu". Em outro momento, ele tentou se afastar da crise pol�tica. "Eu n�o recebi dinheiro de Odebrecht, nem de JBS. Falo o que tenho que falar", declarou.
(Daniel Weterman)