Bras�lia, 03 - O l�der do governo no Congresso, Andr� Moura (PSC-SE), disse acreditar que a pris�o do ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, n�o ter� influ�ncia sobre os deputados na an�lise da den�ncia contra o presidente Michel Temer. Para Moura, n�o h� conex�o entre a den�ncia da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) contra Temer e a acusa��o que pesa contra Geddel.
"Espero que n�o tenha nenhum impacto porque o motivo que gerou a pris�o n�o tem nenhum tipo de conex�o com a den�ncia em rela��o ao presidente Michel Temer. Nossos parlamentares t�m transmitido a certeza da rejei��o da den�ncia", declarou. O l�der no Congresso admite que haver� explora��o pol�tica do epis�dio por parte da oposi��o, que a situa��o gera desgaste, mas que a den�ncia em si n�o traz fato comprometedor contra Temer. Ele, no entanto, reconhece que � preciso trabalhar para que a pris�o n�o contamine o ambiente na C�mara.
No cronograma dos governistas, a partir da entrega da defesa de Temer na quarta-feira, 5, � poss�vel votar a den�ncia contra Temer na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) na pr�xima semana, com possibilidade de vota��o no plen�rio antes do recesso, que come�a no dia 17. Moura, que passou a tarde ligando para membros da CCJ, disse contar com mais de 34 votos contra a admissibilidade da den�ncia. Sobre a escolha do relator, o deputado disse esperar que o escolhido do presidente da comiss�o, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), n�o seja um parlamentar "que fa�a da relatoria um palanque pol�tico".
Para que o prazo das cinco sess�es de aprecia��o na CCJ seja cumprido, os governistas pretendem marcar presen�a na sexta-feira, 7, e na segunda-feira, 10, dias em que tradicionalmente n�o h� qu�rum para abertura de sess�es na C�mara. "Nossa pressa � de quem tem compromisso com o futuro do Pa�s", justificou.
Moura admitiu, no entanto, que a palavra final sobre a vota��o no plen�rio cabe ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O l�der tamb�m n�o descartou a possibilidade de vota��o num domingo. "O que queremos � cumprir o prazo regimental das cinco sess�es", observou.
Para que haja recesso, os parlamentares precisam votar a Lei de Diretrizes Or�ament�rias (LDO). Segundo Moura, a previs�o de vota��o � dia 14 de julho. E, para votar a LDO, o Congresso precisa antes apreciar os 17 vetos presidenciais que trancam a pauta.
Otimismo
Os l�deres governistas dizem que o ideal � ir para o recesso "com tudo resolvido" na C�mara. Ter maioria na CCJ, dizem os parlamentares, seria uma relevante sinaliza��o. "Uma vit�ria na CCJ � muito importante. E o governo trabalha com maioria", disse o l�der do PMDB, Baleia Rossi (SP).
O vice-l�der do governo na C�mara, Beto Mansur (PRB-SP), disse que quanto mais r�pida for a vota��o da den�ncia, melhor. "Precisamos resolver isso com a maior celeridade poss�vel", comentou. Nas contas de Mansur, o governo teria 35 votos na CCJ, 18 indecisos e 14 membros votando a favor da den�ncia.
Mansur, no entanto, acha improv�vel votar a den�ncia no plen�rio antes do recesso porque o ambiente pol�tico est� tumultuado. "Antes do recesso? Esquece", respondeu.
(Daiene Cardoso)