Bras�lia, 05 - O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, pediu ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), para juntar ao inqu�rito que tramita contra o presidente Michel Temer o relato de um delator do grupo J&F que ainda n�o fazia parte do processo. Trata-se da afirma��o de Florisvaldo Caetano de Oliveira de que entregou R$ 1 milh�o ao coronel aposentado Jo�o Babtista Lima, ligado ao peemedebista. A PGR suspeita que Temer seria o destinat�rio destes recursos.
No anexo 42 da dela��o de Florisvaldo, o delator diz que entregou, a mando de Ricardo Saud, R$ 1 milh�o em esp�cie em um escrit�rio em S�o Paulo "de algu�m ligado a Temer". O endere�o � o da empresa Argeplan, que pertence a Jo�o Batista Lima, amigo do presidente da Rep�blica.
Florisvaldo contou que foi duas vezes ao local. Na primeira vez, para conhecer e falar com a pessoa que se diz "coronel" e combinar a forma de entrega. Na segunda vez, para indicar o valor de R$ 1 milh�o de reais.
Coronel da Pol�cia Militar aposentado, Jo�o Baptista Lima j� foi assessor de Temer e frequenta a resid�ncia do presidente da Rep�blica. Os dois se encontraram na casa do peemedebista em S�o Paulo, por exemplo, dias ap�s a divulga��o das dela��es premiadas de executivos da Odebrecht. A sede da empresa de arquitetura da qual Lima � s�cio, Argeplan, em S�o Paulo, foi um dos alvos de busca na opera��o Patmos. A empresa faz parte de um cons�rcio que ganhou concorr�ncia para executar servi�os relacionados � usina de Angra 3 - cujas obras s�o investigadas na Opera��o Lava Jato.
O pedido de Janot foi feito no dia 29, ap�s a apresenta��o da den�ncia contra o presidente Temer e ao ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) pelo crime de corrup��o passiva no caso da mala de R$ 500 mil entregues pela JBS a Loures. A investiga��o que segue aberta contra o presidente � sobre outros poss�veis crimes. Janot prepara uma den�ncia a Temer pelo crime de obstru��o � investiga��o de organiza��o criminosa.
Cunha e outros
Florisvaldo tamb�m faz cita��es a outros pol�ticos, como Eduardo Cunha, que teria recebido dinheiro por meio de Altair Alves. E que entregou "por diversas vezes dinheiro em esp�cie a Dante (Funaro)", irm�o do doleiro Lucio Funaro, e pelo menos uma vez a Roberta Funaro, irm� de L�cio.
Com rela��o a Cunha, Janot pediu que seja autorizado o envio da dela��o de Florisval � Procuradoria da Rep�blica no DF e � Procuradoria da Rep�blica no Paran� "para a instru��o dos inqu�ritos e a��es penais".
"V�-se que o termo objeto dos autos interessa a in�meras investiga��es e a��es em curso", disse Janot, pedindo um encaminhamento espec�fico para cada uma das cita��es de Florisvaldo, envolvendo valores destinados a Marta Suplicy, a Ant�nio Miranda e a Davi Mariano, dono da empresa DMS Participa��o Consultoria, a Ivanildo Miranda e a Jo�o Baerts, ligados ao governo do Mato Grosso do Sul, ao deputado federal Zeca do PT (PT-MS), ao senador Ant�nio Carlos (PSB-SE), por meio de seu genro; e a Pedro Nadaf ex-secret�rio chefe da Casa Civil do governo de Mato Grosso", disse Janot em seu pedido a Fachin.
(Breno Pires e Rafael Moraes Moura)