Sob a alega��o de que n�o � poss�vel comprovar uma cita��o feita pelo ex-senador e delator Delc�dio Amaral ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, o procurador da Rep�blica Ivan Cl�udio Marx pediu o arquivamento de uma investiga��o aberta contra o ex-presidente para apurar suposta articula��o de Lula, junto com membros do Senado Federal, para atrapalhar as investiga��es da Opera��o Lava-Jato.
Na mesma manifesta��o, o procurador d� a entender que Delc�dio citou Lula para obter mais benef�cios no acordo de dela��o premiada firmado com o Minist�rio P�blico Federal, como uma esp�cie de "barganha" e lembra que Delc�dio estava preso antes da dela��o.
O senador cassado havia dito que foi convidado por Lula para uma reuni�o com os senadores Edison Lob�o (PMDB-MA) e Renan Calheiros (PMDB-AL) no Instituto Lula, em S�o Paulo, no ano de 2015 e que o objetivo era tentar obstruir o andamento dos casos relacionados � megaopera��o. Renan e Lob�o negaram ter tratado desse assunto com Lula. Ap�s ouvir os tr�s senadores, o procurador entendeu que n�o havia elementos de corrobora��o. Ele n�o achou necess�rio ouvir o ex-presidente "em raz�o de que obviamente n�o produziria provas contra si pr�prio".
"No presente caso, n�o havendo nenhuma corrobora��o para a vers�o apresentada pelo delator, e nem mesmo a possibilidade de busc�-la por outros meios, o arquivamento dos autos � medida que se imp�e. No caso, n�o h� que se falar na pr�tica de crime ou de ato de improbidade", disse Ivan Marx.
'Barganha'
O procurador Ivan Marx diz que "n�o se pode olvidar o interesse do delator em encontrar fatos que o permitissem delatar terceiros, e dentre esses especialmente o ex-presidente Lula, como forma de aumentar seu poder de barganha ante a Procuradoria-Geral da Rep�blica no seu acordo de dela��o".
Citando um outro processo que tramita contra Lula - j� na fase de alega��es finais -, sobre suposta compra do sil�ncio de Nestor Cerver�, Marx explica que Delc�dio apontou Lula como "chefe do esquema que determinava o pagamento de propinas a Nestor Cerver� com o intuito de que este n�o firmasse acordo de dela��o premiada".
"Nesse referido processo (40755-27.2016.4.01.3400), no qual o MPF logo apresentar� alega��es finais, Delc�dio se encontrava preso antes da dela��o. A participa��o de Lula s� surgiu atrav�s do relato de Delc�dio, n�o tendo sido confirmada por nenhuma outra testemunha ou corr�u no processo", disse Marx sobre este outro processo.
Apesar de dizer que nenhuma pessoa confirmou o conte�do trazido por Delc�dio neste outro caso, o procurador diz que n�o est� "adiantando a responsabilidade ou n�o do ex-presidente Lula naquele processo, mas apenas demonstrando o quanto a cita��o de seu nome, ainda que desprovida de provas em determinados casos, pode ter importado para o fechamento do acordo de Delc�dio do Amaral, inclusive no que se refere � amplitude dos benef�cios recebidos".
"Assim, a cria��o de mais um anexo com a implica��o do ex-presidente em poss�veis crimes era, sim, do interesse de Delc�dio. Por isso, sua palavra perde credibilidade", disse o procurador.