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Estado de Minas

Desembargador n�o viu amea�a de Geddel ao contatar esposa de Funaro


postado em 12/07/2017 19:13

Bras�lia, 12 - Preso no dia 3 de julho por suspeita de tentar atrapalhar investiga��es, o ex-ministro Geddel Vieira Lima deixar� a Penitenci�ria da Papuda e passar� para a pris�o domiciliar, por decis�o do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1� Regi�o, publicada desta quarta-feira, 12.

Apesar de dizer n�o haver crime que justificasse a pris�o, o magistrado determinou a proibi��o de Geddel de usar telefone e de contatar qualquer investigado ou familiares de investigados e ordenou ainda o monitoramento eletr�nico, feito normalmente por meio de tornozeleira.

Aliado do presidente Michel Temer e ex-ministro da Secretaria de Governo at� o fim do ano passado, Geddel foi preso sob suspeita de tentar obstruir as investiga��es da Opera��o "Cui Bonno?", na apura��o de irregularidades na concess�o de financiamentos da Caixa Econ�mica Federal. Segundo a investiga��o, Geddel teria tentado evitar que o ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o corretor L�cio Funaro firmem acordo de colabora��o com o Minist�rio P�blico Federal. Uma das formas como isso teria sido feito seria por meio de press�o � esposa de L�cio Funaro, Raquel Pitta.

O desembargador, no entanto, concluiu que o depoimento da esposa de Funaro n�o informou que ela pr�pria ou algu�m da fam�lia tivessem recebido amea�as de Geddel.

"Logo, pela intelec��o dos Termos de Declara��o colhidos pela Pol�cia Federal e acima reproduzidos, n�o se confirma a concretude do suposto ato praticado pelo paciente - suposi��o de amea�a e alega��o de alinhamento de vers�es - com o intuito de atrapalhar as investiga��es, pelo que, nesse ponto, bastaria a cautela de proibi��o de contato para atingir o fim colimado", disse Ney Bello na decis�o.

Na opini�o do desembargador, n�o haveria crime em ligar para pedir informa��es sobre se Funaro teria a inten��o em delatar o pr�prio Geddel. "Mais que isso, � um ato at� esperado considerando a inexist�ncia de proibi��o de contato com a esposa do delator e a natureza da posi��o de investigado do pr�prio Geddel", afirmou.

"Evidente que, se houvesse corrup��o, amea�a, agress�o, destrui��o de provas ou acerto de vers�es, o crime existiria e a pris�o preventiva estaria justificada. N�o � o caso", disse.

Press�o

A suposta press�o exercida por Geddel para evitar que o marido de Raquel fizesse um acordo de dela��o premiada foi um dos principais fundamentos da decis�o do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10� Vara Federal do Distrito Federal, quando autorizou a pris�o de Geddel.

Funaro entregou � PF as c�pias da liga��es de Geddel por meio do aplicativo WhattsApp e declarou que "estranhou" o fato do ex-ministro procurar sua fam�lia para tentar "monitorar seu estado de �nimo".

A esposa de Funaro, Raquel Pitta, em depoimento prestado na �ltima sexta-feira, 7, confirmou � Pol�cia Federal ter recebido liga��es telef�nicas do ex-ministro Geddel Vieira Lima nas quais teria sido "pressionada".

Ap�s audi�ncia de cust�dia, o juiz Vallisney de Souza Oliveira disse n�o haver "elemento para dizer nesse momento que n�o h� ind�cio de crime" e manteve a pris�o. A pris�o tamb�m se baseou em outros trechos do depoimentos de Funaro, bem como do empres�rio Joesley Batista e do diretor Jur�dico da JBS, Francisco de Assis e Silva.

Procurada, a defesa de Geddel n�o atendeu as liga��es nem retornou �s mensagens. Na audi�ncia de cust�dia, Geddel negou ter pressionado a mulher do corretor. "Em nenhum instante, imposs�vel algu�m demonstrar. Em nenhuma circunst�ncia", disse o ex-ministro. Segundo Geddel, ele retornou uma liga��o da mulher de Funaro que "ficou marcada em seu celular" e que na conversa n�o houve nenhum tipo de press�o. Indagado pelo procurador Anselmo Cordeio Lopes, o ex-ministro afirmou que ligou "mais de dez vezes" para a mulher de Funaro, mas que nunca perguntou "se ela estava recebendo dinheiro".

(Breno Pires)


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