'Voltamos a trabalhar nas outras acusa��es', diz procurador sobre Lula

S�o Paulo, 13 - O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da for�a-tarefa da Lava Jato em Curitiba, falou sobre a condena��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, dada nesta quarta-feira, 12, pelo juiz S�rgio Moro. Para o procurador, que estava na sala de interrogat�rio em maio quando Lula dep�s ao magistrado, "o Brasil amadureceu ontem". O procurador disse, ainda, que a primeira senten�a j� "� passado" e afirmou que "voltamos (o Minist�rio P�blico) a trabalhar nas outras acusa��es que j� est�o na Justi�a contra ele (Lula) e contra dezenas de outros", escreveu o procurador em seu Facebook.

Santos Lima disse que espera que a senten�a de Moro seja confirmada na segunda inst�ncia. "Agora vamos esperar que o TRF confirme a condena��o, tornando-a mais severa e correta diante da gravidade dos crimes cometidos. O Brasil � maior que qualquer pessoa ou partido". O ex-presidente � r�u em outras quatro a��es - dessas, apenas uma est� na vara do Paran�.

Segundo Santos Lima, o Brasil � "maduro" para compreender que a senten�a de Moro "obedeceu todos os ditames do estado de direito", afirmando que Lula teve seu direito de defesa assegurado. "Mesmo assim, a For�a - Tarefa Lava Jato vai recorrer para especialmente aumentar a pena a que o ex-presidente foi condenado", afirmou. Como informou a reportagem, os procuradores da for�a-tarefa da Lava Jato dizem que discordam "em rela��o a alguns pontos" da decis�o de Moro, que aplicou pena de nove anos e seis meses de pris�o para Lula, mas n�o mandou prender o petista para "evitar certos traumas".

Na manh� desta quinta-feira, o procurador voltou a comentar o assunto e escreveu que "o julgamento das urnas � exclusivamente pol�tico", em uma refer�ncia � poss�vel candidatura do petista em 2018, e disse que isso "n�o pode ser substituto da Justi�a".

"O julgamento das urnas � exclusivamente pol�tico, e n�o pode ser substituto da Justi�a. Se for de outra forma, estar�amos criando um super foro privilegiado", escreveu.

Ainda segundo o procurador, "nem mesmo se salva a ideia de que somente em casos de 'batom na cueca' deveria ele ser condenado pela Justi�a", em refer�ncia a cr�ticas de que a senten�a foi dada com falta de provas. � esse um dos argumentos da defesa de Lula e do PT.

Temer

A condena��o de Lula foi dada no mesmo dia em que a Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da C�mara iniciou os debates a respeito da aceita��o da den�ncia de corrup��o passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB), ap�s a apresenta��o do parecer do relator do caso, deputado S�rgio Zveiter (PMDB-RJ). Em mais uma postagem, o procurador comentou o que chamou de "vergonhosas manobras para salvar Temer na C�mara dos Deputados" e disse, ainda, que "n�o podemos aceitar um acusado de corrup��o s� porque tememos a volta do outro".

"Agora que Lula foi condenado, � indispens�vel continuar o processo de combate � corrup��o. Temer enfrenta uma acusa��o de propina durante o mandato. H� fartas provas e cabe ao STF julg�-las", escreveu.

(Elisa Clavery)