Bras�lia, 13 - Um dia ap�s o Tribunal Regional Federal da Primeira Regi�o (TRF-1) autorizar a sa�da de Geddel Vieira Lima da Papuda, o Minist�rio P�bico Federal pede nova pris�o preventiva contra o ex-ministro de Michel Temer. Para os procuradores Anselmo Lopes e Sara Moreira Leite, novos elementos colhidos na investiga��o mostram que Geddel cometeu os crimes de explora��o de prest�gio e tentou embara�ar �s investiga��es.
Os procuradores se baseiam nos depoimento do corretor L�cio Bolonha Funaro e de sua esposa, Raquel Pitta. Os dois detalharam os contatos feitos pelo ex-ministro.
Segundo o MPF, em depoimento, Funaro afirmou que Geddel "alegou exercer influ�ncia criminosa sobre o Poder Judici�rio da Uni�o". O corretor narrou � PF que, ap�s a realiza��o de sua audi�ncia de cust�dia, Geddel mandou mensagem via "WhatsApp" reclamando da troca de advogado de Funaro e disse que, com a entrada da nova defensora, tinha "ficado ruim para o juiz".
No entendimento do MPF, a revela��o de Funaro mostra que Geddel tentava monitorar o �nimo do corretor em fazer poss�vel colabora��o premiada e tamb�m alegava, perante ele e sua fam�lia, exercer (direta ou indiretamente) influ�ncia sobre decis�es que interessariam � defesa do corretor, nos processos relacionados � Opera��o S�psis, na qual este �ltimo � r�u.
"Observa-se, assim, que Geddel, ao protestar contra a troca do patrono de Funaro, insinua ter a capacidade de influenciar decis�es do Poder Judici�rio, agindo como verdadeiro vendedor de 'fuma�a', indicando, inclusive, que teria, com a troca de advogados, 'ficado ruim para o Juiz", afirma o MPF.
Ainda de acordo com o MPF, o "Juiz" citado por Geddel "deve ser entendido como magistrado, ou seja, membro do Poder Judici�rio."
"Assim, n�o se sabe ao certo, nesse poss�vel contexto de tr�fico de influ�ncia aplicado ao Poder Judici�rio (no caso, poss�vel conduta penal de explora��o de prest�gio), a qual magistrado Geddel Vieira Lima invocava exercer influ�ncia: se a magistrado da 10� Vara Federal, se a magistrado que comp�e a Turma Julgadora de processos das Opera��es S�psis e Cui Bono no Tribunal Regional Federal da 1� Regi�o (TRF1), ou, ainda se a magistrados de Cortes Superiores", completam os procuradores.
Liga��es
Funaro e Raquel ainda detalharam os contatos feitos pelo ex-ministro. De acordo com laudo da Pol�cia Federal realizado no celular de Raquel, Geddel ligou ao menos 16 vezes para a esposa de Funaro entre os dias 13 de maio de 2017 e 1� de junho de 2017.
"Tal constata��o indica, de forma segura, a tentativa e, em certas ocasi�es, o efetivo contato entre o investigado Geddel Vieira Lima e a esposa do tamb�m investigado (e r�u) Lucio Funaro. Indica, outrossim, n�o uma press�o espor�dica exercida pelo investigado Geddel sobre a esposa do tamb�m investigado L�cio Funaro, mas sim uma atividade de monitoramento di�rio sobre o humor e a inten��o de colabora��o deste �ltimo", afirma o MPF.
Para os procuradores, o fato de Raquel nunca ter mantido qualquer rela��o com o ex-ministro revela que os contatos mapeados sugerem a tentativa de pressionar a esposa de Funaro e ter informa��es sobre seu marido.
(Fabio Serapi�o)