Bras�lia, 18 - O presidente Michel Temer (PMDB) entrou no corpo a corpo nesta ter�a-feira, 18, para atrair parlamentares ao PMDB em disputa pelo DEM. A ideia � evitar a amplia��o dos quadros do DEM, partido do primeiro da linha sucess�ria ao Pal�cio do Planalto, Rodrigo Maia (RJ), que surgiu antes da vota��o na Comiss�o de Constitui��o (CCJ) da C�mara, quando ainda se temia que o presidente pudesse ser derrotado na admissibilidade da den�ncia do procurador da Rep�blica, Rodrigo Janot.
Depois de ter recebido o deputado Danilo Forte (PSB-CE) no gabinete na segunda-feira, 17, nesta ter�a, 18, Temer se encontrou novamente com ele e outros quatro deputados dissidentes do PSB, na casa da l�der da agremia��o na C�mara, Teresa Cristina (MS), para um caf� da manh� que durou uma hora e 30 minutos. A bancada tem 37 deputados e cinco senadores.
Esse movimento j� havia surgido na semana passada, quando deputados e senadores do PSB come�aram a agir em bloco, demonstrando o inc�modo em permanecer na legenda por estarem votando contra orienta��o da sigla e a favor do governo.
"O presidente disse-nos que o PMDB est� de portas abertas e que seria muito bom se pud�ssemos nos juntar a eles", afirmou Cristina, ao relatar � reportagem o que Temer disse aos pessebistas. Ela lembrou que pouco menos da metade dos 37 integrantes da Casa se rebelou em rela��o �s orienta��es do PSB e tem ficado ao lado do presidente nas vota��es.
O partido tem hoje um ministro, das Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho, que integra a ala insatisfeita com a legenda. Cristina disse que todos ainda conversam com a sigla e que n�o h� como acontecer uma sa�da em bloco porque existem "muito problemas regionais" a serem resolvidos e "cada caso � um caso".
Cortejo
Por isso mesmo, prosseguiu, "n�o se trata de debandada do partido". Segundo a l�der do PSB na C�mara, 12 agremia��es j� procuraram os dissidentes do PSB, mas ainda h� disposi��o de conversar com o pr�prio partido. "Estamos sendo muito procurados", afirmou Cristina, que acrescentou, no entanto, que, no encontro entre Temer e os parlamentares, n�o se tratou s� disso, mas da necessidade de facilita��o das regras tribut�rias.
Os pr�prios congressistas j� se mobilizavam h� algumas semanas e o movimento para tentar atra�-los para o PMDB passou tamb�m pelo presidente do Congresso, senador Eun�cio Oliveira (PMDB-CE), que, ao assumir em exerc�cio a Presid�ncia da Rep�blica, no dia 6, quando Temer foi � Europa participar do G-20, recebeu o senador Roberto Rocha (PSB-MA), que tamb�m pensa em deixar o partido e indicou que poderia ir para o DEM.
Acabou cortejado tamb�m pelo PSDB, al�m do PMDB. Na ocasi�o, no Planalto, Rocha reuniu-se tamb�m com o chefe da Secretaria de Governo da Presid�ncia, Ant�nio Imbassahy (PSDB). As conversas de Temer com os parlamentares tamb�m passam por afagos aos deputados para obter votos contra pedido de investiga��o da PGR contra Temer.
Mesmo em fase de in�cio de recesso legislativo, o Pal�cio do Planalto recebeu nos dois �ltimos dias um grande n�mero de deputados e senadores e l�deres partid�rios, que se reuniram n�o s� com Temer, mas tamb�m com os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Secretaria-Geral, Moreira Franco, e de Governo.
Mudan�a
Depois da reuni�o com Temer, a l�der do PSB tamb�m esteve com o presidente da C�mara, em sua resid�ncia oficial, em Bras�lia. Mesmo em recesso, Maia tem permanecido em Bras�lia, inclusive nos fins de semana, e trouxe sua fam�lia de mudan�a para a capital. Quer estar mais presente em Bras�lia durante este momento de conturba��o pol�tica. Na quinta-feira, 20, Maia assume mais uma vez a cadeira de Temer no Planalto, durante viagem que o presidente far� a Mendoza, na Argentina, para participar de reuni�o no Mercosul.
Maia, que sempre foi considerado um aliado fiel de Temer, no momento, est� meio afastado do presidente. No Planalto, h� uma certa desconfian�a com v�rios movimentos do presidente da C�mara, que ser� o principal beneficiado caso Temer seja afastado do governo, por causa das den�ncias de Janot.
Em meio a essas articula��es, Temer ainda sofre press�o do Centr�o, que quer ampliar o espa�o no Minist�rio. O principal alvo � o Minist�rio das Cidades, que est� com Bruno Ara�jo (PSDB). Mas, mesmo com votos contr�rios dos tucanos, o presidente n�o quer criar nenhuma nova rusga com o partido e tem dito que n�o vai mexer nos minist�rios, pelo menos, por enquanto.
Temer sabe que, mesmo com dissid�ncias tucanas, o partido ainda d� muitos votos ao governo, inclusive em reformas importantes. Ao inv�s de mexer na Esplanada, a ideia inicial de Temer seria tentar negociar o Minist�rio da Cultura, em um primeiro momento.
H� uma press�o, por exemplo, do PTB, que gostaria de ocupar uma pasta com a deputada Cristina Brasil, filha de Roberto Jefferson, condenado pelo mensal�o. Nos demais partidos do chamado Centr�o, embora estejam pleiteando amplia��o de espa�o, o entendimento � de que todos que fecharam quest�o t�m importantes minist�rios.
(Daiene Cardoso)