S�o Paulo, 01 - O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine manteve pelo menos uma reuni�o 'oculta' com o empres�rio Em�lio Odebrecht, patriarca da empreiteira que fechou o maior acordo de dela��o premiada da Opera��o Lava Jato. A informa��o consta do depoimento de Bendine � Pol�cia Federal nesta segunda-feira, 31 - ele foi preso na Opera��o Cobra, desdobramento da Lava Jato, por suspeita de recebimento de propina de R$ 3 milh�es da Odebrecht.
Um encontro 'oculto' ocorreu no escrit�rio de advocacia Mattos Filho, em S�o Paulo, segundo o pr�prio Bendine admitiu � PF. Nessa ocasi�o, em setembro de 2015, o filho de Em�lio, Marcelo Odebredcht, j� havia sido preso na Opera��o Erga Omnes, 14� fase da Lava Jato.
A reuni�o com Em�lio foi solicitada pelo executivo da empreiteira Fernando Reis ao publicit�rio Andr� Gustavo Vieira J�nior, apontado como 'operador' de Bendine e que tamb�m foi preso na Opera��o Cobra.
O ex-BB e Petrobras disse que Fernando Reis 'solicitou se poderia se encontrar com Em�lio Odebrecht e Nilton Souza, o novo presidente do Grupo Odebrecht'.
Bendine disse, na ocasi�o, que o encontro 'deveria ser formalizado e que n�o iria participar de encontro na sede da Odebrecht'.
"Nesta �poca, Marcelo Odebrecht j� estava preso. O encontro deveria ser realizado ou na Petrobras ou em algum lugar publico ou neutro. Esse encontro ocorreu no final de setembro no escrit�rio de advocacia Mattos Filho, em S�o Paulo, onde se tratou de uma reuni�o tensa com reclama��es pesadas por parte do grupo em fun��o de uma s�rie de cancelamentos de neg�cios."
� PF, Bendine 'confessou que naquele momento, mesmo n�o explicitamente, se sentiu amea�ado pelo tom da conversa'.
Os investigadores questionaram o ex-presidente da Petrobr�s 'se n�o considerava impr�prio fazer reuni�o em local oculto ao inv�s de realiz�-la na sede da Petrobras'.
"Os proponentes (do encontro) n�o quiseram ir na sede da empresa (Petrobr�s), dado que o depoente havia implementado uma s�rie de medidas de identifica��o, controles de pessoas estranhas ao quadro em pr�dios da Petrobras", respondeu Bendine.
Ele disse que escolheu o Mattos Filho 'por se tratar de renomado escrit�rio de advocacia que atendia as duas empresas, Petrobr�s e Odebrecht'.
Bendine afirma que �comunicou o fato, ap�s a reuni�o, aos membros do Conselho de Administra��o de sua diretoria executiva�.
Perguntado se a reuni�o estava em sua agenda oficial disse que a Petrobr�s 'n�o utiliza tal mecanismo de controle'.
Perguntado se n�o deveria seguir protocolo que ele pr�prio disse ter institu�do na Petrobr�s declarou que 'esse protocolo era aplicado apenas para quem ia at� a empresa'.
A PF o questionou se tinha costume de fazer reuni�es do interesse da Petrobras em 'ambientes privados, tal como ocorrido, como por exemplo, em apartamentos e escrit�rios de advocacia'.
"N�o, at� porque, no caso expl�cito, escrit�rio de advocacia era um espa�o p�blico, pois atendia Petrobras", respondeu.
Defesa
COm a palavra, o escrit�rio Mattos Filho
"As empresas do Grupo Odebrecht s�o clientes do Mattos Filho Advogados h� v�rios anos. Este cliente pediu uma sala para se reunir com executivos da Petrobras. Tal reuni�o ocorreu, sem que houvesse participa��o de ningu�m do escrit�rio".
(F�bio Serapi�o, de Bras�lia, Ricardo Brandt e Luiz Vassallo)