Bras�lia, 02 - O presidente Michel Temer fez um discurso de concilia��o ao exaltar a decis�o da C�mara dos Deputados, tentou demonstrar que o governo vai manter sua agenda de aprova��o de reformas econ�micas e reafirmou que vai cumprir o mandado at� 31 de dezembro de 2018.
Em pronunciamento no Pal�cio do Planalto, assim que foi rejeitada a den�ncia proposta pela Procuradoria Geral da Uni�o (AGU) na C�mara, Temer disse que o resultado da vota��o era a manifesta��o "incontest�vel" da vontade do povo brasileiro.
"A decis�o soberana do parlamento n�o � uma vit�ria pessoal de quem quer que seja, mas uma conquista do estado democr�tico de direito, da for�a das institui��es e da pr�pria Constitui��o", afirmou. "O poder da autoridade, tenho repetido isso com muita frequ�ncia, emana da lei. Extrapolar o que a Constitui��o determina � violar a democracia."
Temer disse que a obedi�ncia � lei e � constitui��o � um princ�pio que deve ser obedecido por todos. "Hoje esses princ�pios venceram com votos acima da maioria absoluta na C�mara dos Deputados", disse.
"Diante dessa eloquente decis�o, eu posso dizer que, agora, seguiremos em frente com as a��es necess�rias para concluir o trabalho que meu governo come�ou, convenhamos, h� pouco mais de um ano."
Temer voltou a dizer que seu governo est� retirando o Pa�s da "mais grave crise econ�mica" da hist�ria. "Embora seja repetitivo, digo que � urgente colocar o Brasil nos trilhos do crescimento, da gera��o empregos, da moderniza��o e justi�a social."
O presidente disse n�o ter parado "um minuto sequer" desde que assumiu o governo, em 12 de maio de 2016, e disse que n�o vai descansar at� 31 de dezembro de 2018. "Durante esse breve per�odo, espero terminar a maior transforma��o j� feita no Pa�s em v�rios setor do Estado e da sociedade."
Temer citou que, durante seu governo, j� prop�s mudan�as na lei de explora��o do petr�leo e minera��o e reduziu a burocracia. "Enfrentamos e derrotamos a infla��o", disse. "Os juros est�o caindo a cada m�s."
Temer mencionou ainda recordes na produ��o agropecu�ria e nas exporta��es e voltou a falar na necessidade de gera��o de empregos. "J� conseguimos resultados expressivos neste ano e o emprego est� voltando", afirmou.
Segundo ele, assim, que a moderniza��o da lei trabalhista entrar em vigor, os resultados de gera��o de empregos ser�o "ainda mais expressivos". "Faremos muito mais ao colocar nossas contas em ordem, de forma definitiva e equilibrada. Faremos todas as demais reformas estruturantes de que o Pa�s necessita."
Temer prometeu simplificar o sistema tribut�rio brasileiro e remover obst�culos � iniciativa privada "honesta e empreendedora". "As empresas precisam se dedicar mais a gerar produtos, servi�os e comercializar do que a atender a burocracia governamental", afirmou.
"E a hora � de investir e acreditar no potencial de nosso pa�s. O Brasil est� pronto para crescer ainda mais. E o crescimento vir�", acrescentou.
Sem mencionar nomes, Temer disse ainda que aqueles que tentam dividir o Brasil erram. "Todos n�s somos brasileiros. Filhos da mesma na��o, detentores dos mesmos direitos e deveres. Devemos nos dedicar a fazer um Brasil melhor. Farei isso a cada minuto, a cada instante, at� o fim de meu mandato", afirmou.
"Quero construir com cada brasileiro um pa�s melhor, pacificado, justo, sem �dio ou rancor. Nosso destino inexor�vel � ser uma grande na��o. � preciso acabar com os muros que nos separam e nos tornam menores. � hora de atravessarmos, juntos, a ponte que nos conduzir� ao grande futuro que o Brasil merece", acrescentou.
Durante o dia, auxiliares do presidente tentaram cravar qualquer placar, mas no inicio da noite, um interlocutor pr�ximo afirmou que o piso no Planalto era de 270 votos.
O respons�vel por fazer as planilhas com previs�o de votos, o deputado Beto Mansur (PRB-SP), chegou a divulgar que o governo conseguiria mais de 300 votos.
Ao evitar coment�rios antecipados sobre o placar, interlocutores do presidente pretendiam evitar que um resultado abaixo do esperado contaminasse o discurso e passasse a ideia de que o governo ter� dificuldades na previd�ncia, por exemplo, que precisa de 308 votos para ser aprovada. Justamente por isso, o discurso dos auxiliares do presidente foi ao longo do dia de que a vota��o de hoje "n�o � a mesma conta" para an�lise de outras mat�rias no Parlamento.
Agenda intensa.
Desde que o Procurador-Geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, apresentou a den�ncia por corrup��o passiva contra o presidente, Temer dedicou as agendas para atender parlamentares e se defender.
Por outro lado, ordenou que sua equipe buscasse agendas positivas para refor�ar o discurso de que o Pa�s n�o podia ficar parado por conta da crise pol�tica. No total, mais de 220 parlamentares passaram pelo gabinete presidencial desde que a not�cia do encontro com Joesley Batista veio a tona.
(Anne Warth, Carla Ara�jo e T�nia Monteiro)