
Bras�lia - O procurador da Rep�blica no Distrito Federal Ivan Cl�udio Marx afirmou que o empres�rio Joesley Batista, dono da JBS, n�o apresentou comprova��o de que os ex-presidentes Luiz In�cio Lula da Silva e Dilma Rousseff eram benefici�rios ou sabiam de contas no exterior, nas quais a empresa teria depositado US$ 150 milh�es em propinas para uso em campanhas eleitorais.
A acusa��o foi feita pelo delator em depoimentos � Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), mas, de acordo com Marx, que foi designado para investigar o caso na primeira inst�ncia, faltam evid�ncias do envolvimento dos petistas nos crimes relatados. "� uma hist�ria que ele (Joesley) contou, que pode ser verdade ou mentira, mas � insuscet�vel (inalcan��vel) de prova", diz o procurador.
Marx alega que ouviu o empres�rio em junho e requereu a ele documentos que pudessem atestar o envolvimento dos dois ex-presidentes no suposto esquema, mas nada foi apresentado. Al�m disso, segundo o procurador, o pr�prio depoimento do delator demonstra que n�o h� como provar os supostos crimes por meio de alguma dilig�ncia a ser solicitada pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF).
"� uma hist�ria meio absurda desde o in�cio", afirma. "Ele n�o tem nada. Essa hist�ria n�o tem p� nem cabe�a. N�o tem como provar." As conclus�es de Marx foram divulgadas pelo site UOL e confirmadas por ele em entrevista ao Estado. Procurada, a JBS informou, em nota, que, "a despeito do grande n�mero de informa��es e provas j� entregues", o compartilhamento de documentos e informa��es complementares entre a PGR e demais of�cios do Minist�rio P�blico Federal est�o sendo tratados "dentro dos tr�mites legais".
Na dela��o acertada com a PGR, Joesley disse que as contas no exterior foram abertas para depositar propinas como contrapartida a aportes feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) no Grupo J&F, controlador da JBS. Elas teriam sido criadas em acordo com o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, como uma esp�cie de "garantia" de pagamentos a serem feitos a aliados do governo petista.
Uma dessas contas foi aberta em 2009 por causa de supostos acertos il�citos, referentes ao governo Lula. A outra, iniciada em 2010, seria vinculada a negociatas ocorridas na gest�o Dilma. O saldo teria alcan�ado US$ 150 milh�es em 2014, ano de disputa eleitoral. Os petistas j� haviam negado a exist�ncia da conta no exterior.
Questionado se a PGR se precipitou ao fechar a colabora��o com Joesley, ele respondeu que n�o tem conhecimento de tudo que foi tratado com o empres�rio no acordo, mas criticou a vers�o sobre as contas: "O cara � muito 'bom'. Tem uma conta l�, que n�o consegue explicar, e conseguiu transformar isso numa dela��o". Procurada, a Procuradoria n�o comentou.