Bras�lia, 16 - Os procuradores Anselmo Lopes Cordeiro e Sara Moreira denunciaram o ex-ministro Geddel Vieira Lima pelo crime de obstru��o de Justi�a no �mbito das opera��es S�psis e Cui Bono?. A acusa��o tem como base a suposta press�o exercida pelo peemedebista para que o corretor L�cio Bolonha Funaro permanecesse em sil�ncio e n�o partisse para um acordo de colabora��o premiada.
Na den�ncia, o Minist�rio P�blico Federal (MPF) cita as liga��es de Geddel para a esposa de Funaro, Raquel Pitta. Para os investigadores, as liga��es "declaradamente amig�veis" intimidavam indiretamente o corretor apontado como operador financeiro do grupo pol�tico do qual Geddel faz parte, o PMDB da C�mara.
Ao realizar essas liga��es, diz o MPF, Geddel tentou embara�ar as investiga��es contra a organiza��o criminosa alvo da S�psis e Cui Bono? - a primeira apura corrup��o na libera��o de valores do Fi-FGTS e a segunda mira irregularidades na vice-presid�ncia de Pessoa Jur�dica da Caixa.
O MPF narra na den�ncia que a partir da pris�o de Funaro, em 1 de julho de 2016, Geddel passou a monitorar e constranger Raquel Pitta por meio de v�rias liga��es telef�nicas. Em depoimento � Pol�cia Federal, Funaro afirmou que essas liga��es provocaram um sentimento de receio sobre algum tipo de retalia��o que pudesse sofrer caso optasse por um acordo de dela��o.
Esposa
Em depoimento � PF, Raquel Pitta tamb�m detalhou as abordagens que recebeu do ex-ministro. Segundo ela, Geddel estava interessado em saber da disposi��o do marido dela de firmar acordo de colabora��o premiada.
A mulher de Funaro disse que o peemedebista passou a fazer liga��es 'insistentemente' ap�s a pris�o do marido, querendo saber do 'estado de �nimo' dele, e que esses contatos feitos em hor�rios noturnos "passaram a incomodar".
Raquel Pitta disse ter ouvido do marido que "ele [Geddel] est� sendo homem e cumprindo o combinado". Mas ela n�o explicou que combinado era esse, apenas imaginava que seria alguma "assist�ncia � fam�lia".
A reportagem procurou o advogado Gamil Foppel, respons�vel pela defesa de Geddel, mas ainda n�o obteve retorno.
(Fabio Serapi�o e F�bio Fabrini)