Para FHC, distrit�o representaria uma 'deforma��o maior ainda'

Rio, 17 - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta quinta-feira, 17, no Rio, que o sistema eleitoral "est� muito deformado" e que a mudan�a para o chamado "distrit�o" representaria uma "deforma��o maior ainda". Fernando Henrique defendeu o come�o das mudan�as no modelo pelos munic�pios, que serviriam como um laborat�rio para as Assembleias Legislativas, e essas, ao Congresso.

Ele falou a empres�rios de diferentes setores num almo�o na Associa��o Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). Na sa�da, respondeu rapidamente a perguntas sobre a reforma pol�tica e a discuss�o pelos deputados. "A reforma ainda est� mal parada. Tem muita confus�o. Meu partido defende o voto distrital misto. Eu acho que dever�amos come�ar pelos vereadores, para aprender. V� se d� certo e d� outro passo."

FHC afirmou que � contra o fundo p�blico de financiamento de campanhas e a favor da volta do modelo anterior, em que empresas podiam contribuir. "T�nhamos de voltar ao bom senso. Tem de baixar os custos da campanhas. N�o vejo por que proibir a doa��o privada. Doa ao tribunal, a� o partido vai l� e leva a conta, para evitar a corrup��o. Porque sen�o o povo vai pagar, e o povo est� cansado de pagar."

Se passar o "distrit�o", eleitores votar�o apenas em candidatos a deputado e vereador, sem a possibilidade de voto nos partidos, e deixa de haver o quociente eleitoral; assim, s�o lan�ados menos candidatos por partido, e s� os mais votados se elegem. Uma cr�tica ao sistema � de que candidatos mais conhecidos do eleitorado e com mais recursos acabar�o sendo privilegiados, em detrimento de novatos.

Agora, para tentar cooptar apoios, parlamentares falam num modelo "distrit�o misto", ou "semidistrit�o", que combina o voto majorit�rio com o voto no partido. Funcionaria assim: os eleitores poderiam escolher um candidato e um partido, e os votos nas legendas seriam distribu�dos proporcionalmente aos seus candidatos. As novas regras s� valer�o para o pleito de 2018 caso sejam aprovadas por deputados e senadores at� o dia 7 de outubro.

(Roberta Pennafort)