Mendes determinou a soltura de Jacob Barata Filho na quinta-feira, no mesmo dia em que chegou ao seu gabinete o pedido de liberdade apresentado pela defesa. O juiz federal do Rio de Janeiro Marcelo Bretas mandou prender o empres�rio novamente. Mas, ontem, outra vez, Gilmar Mendes mandou solt�-lo.
A sugest�o de pedir a suspei��o de Gilmar foi feita � PGR por cinco procuradores do N�cleo Criminal de Combate � Corrup��o do MPF na 2ª Regi�o (PRR2), que engloba os estados do Rio de Janeiro e do Esp�rito Santo.
A antecipa��o dos procuradores regionais era motivada pela constata��o de que Gilmar Mendes se tornou o relator dos casos relacionados � Lava-Jato no Rio de Janeiro – fatalmente, o habeas corpus do Rei do �nibus chegaria no gabinete dele.
Em 2013, Gilmar Mendes e mulher dele, Guiomar Feitosa Mendes, foram padrinhos do casamento de Beatriz Barata, filha de Jacob, e Francisco Feitosa Filho. O noivo � sobrinho de Guiomar. Al�m de apontar um parentesco cruzado com o investigado, os procuradores alegam que um dos advogados de Barata Filho, Rodrigo de Bittencourt Mudrovitsch, � tamb�m advogado do ministro Gilmar Mendes em a��o ajuizada em abril de 2014.
A PGR j� entrou com um pedido de suspei��o de Gilmar em rela��o a casos envolvendo o empres�rio Eike Batista. Janot apontou que a esposa de Gilmar, Guiomar Feitosa Mendes, trabalha no escrit�rio de S�rgio Bermudes, que, por sua vez, defende Eike em outras �reas do direito que n�o a penal. Janot pediu que o pleno do Supremo declare “a incompatibilidade” do ministro para atuar no habeas corpus de Eike e a nulidade “dos atos decis�rios por ele praticados”.
Em evento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes comentou a decis�o de soltar Barata Filho e afirmou que “n�o tem suspei��o alguma”. “Voc�s acham que ser padrinho de casamento impede algu�m de julgar um caso? Voc�s acham que isso � rela��o �ntima como a lei diz?”, questionou.