S�o Paulo, 20 - O ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux esticou em mais 60 dias o prazo para a Pol�cia Federal concluir as investiga��es sobre suposto repasse de R$ 800 mil da Odebrecht Ambiental ao senador Fernando Collor (PTC/AL), em 2010. Neste caso, o parlamentar foi delatado por executivos da empresa de saneamento da maior construtora do pa�s, que disseram pagar os valores ao senador em troca de apoio � privatiza��o dos esgotos de Alagoas.
A decis�o de Fux foi tomada no dia 14. �Na sequ�ncia, tendo em vista que o procurador-geral da Rep�blica manifestou-se favoravelmente ao pedido de dila��o do prazo para conclus�o das dilig�ncias, encaminhem-se os autos � Policia Federal, pelo prazo de 60 dias�, anotou Fux.
O ex-presidente Fernando Collor de Mello - �roxinho� na lista da Odebrecht, em raz�o da c�lebre frase �eu tenho aquilo roxo�, proferida nos anos 1990 - teria sido benefici�rio de caixa dois da Odebrecht Ambiental em raz�o do lobby pela privatiza��o do saneamento de Alagoas, segundo o ex-presidente da empresa de saneamento do Grupo. Os valores teriam sido operacionalizados entre os executivos e o primo do senador Euclydes Mello, de acordo com a dela��o da empreiteira.
Fux � o relator do caso desde o dia 10 de agosto, ap�s a presidente do STF, C�rmen L�cia, decidir que os fatos narrados pelos colaboradores da construtora n�o est�o relacionados com a opera��o Lava Jato, que apura desvios na Petrobr�s e outras estatais.
Em 2009, a maior construtora do pa�s tinha em seus planos pleitear a concess�o � iniciativa privada do sistema de saneamento do estado de Alagoas, de acordo com o ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis.
�O investimento era chamado Sistema Adutor do Agreste, que tinha como objeto o abastecimento de �gua aos munic�pios de Arapiraca, Coit� do N�ia, Igaci e Cra�bas dos Nunes e a Minera��o Vale Verde. Chegamos a participar de um processo p�blico de Proposta de Manifesta��o de Interesse (PMI) e apresentamos estudo de viabilidade em setembro de 2009. Em duas ou tr�s visitas � Macei�, percebi que havia no estado uma enorme oportunidade para investimentos privados no setor de saneamento, que tem os piores �ndices de cobertura do Brasil, chegando at� a estudar a privatiza��o da Companhia Estadual Casal�, afirmou o executivo Fernando Reis.
A fim de viabilizar o projeto, os representantes da empreiteira disseram se reunir com o ex-presidente no anivers�rio dele, em seu apartamento pessoal.
No encontro, estavam os executivos Alexandre Barradas e Fernando Reis, Euclydes Mello e Fernando Collor.
Ap�s ouvir a proposta de privatiza��o da Companhia Alagoana de Saneamento, Collor disse que era favor�vel � iniciativa privada e chegou a afirmar que queria que a Odebrecht �fizesse obras�. Na mesma reuni�o, ficou definido o repasse, via caixa dois.
Segundo o ex-executivo da Oderbrecht Alexandre Barradas, Collor foi �propositivo�.
�Quero que voc� fa�a as obras�, teria dito. �E n�s: �senador, n�s n�o fazemos obras. Nosso neg�cio � investimento, � gest�o. Inclusive quem faz a obra n�o somos n�s. N�s contratamos as obras�. E ele: �Quero, quero, quero. Preciso ganhar��, relatou Barradas.
Com a palavra, Fernando Collor
O senador se pronunciou sobre a dela��o da Odebrecht no dia 12 de abril, quando seu teor foi revelado.
�Nego, de forma veemente, haver recebido da Odebrecht qualquer vantagem indevida n�o contabilizada na campanha eleitoral de 2010.�
(Luiz Vassallo)