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Estado de Minas

Movimentos lan�am site para pressionar contra distrit�o e fundo eleitoral


postado em 22/08/2017 18:37

S�o Paulo, 22 - A Proposta de Emenda da Constitui��o (PEC) do distrit�o e do fundo p�blico eleitoral est� prevista para ser votada ainda nesta ter�a-feira, 22, sem ser consenso entre parlamentares, acad�micos e entidades da chamada sociedade civil. O coletivo Nova Democracia re�ne diferentes grupos surgidos nos �ltimos 12 meses com a proposta de oxigenar a pol�tica atual, hoje mergulhada em �guas turvas, com uma agenda contr�ria � PEC. Na ter�a-feira passada, 15, a iniciativa lan�ou uma plataforma digital contra o distrit�o e o fundo bilion�rio, no qual o cidad�o pode enviar e-mail para pressionar os parlamentares contra as medidas.

Em uma semana, cerca de 10,8 mil pessoas utilizaram a ferramenta. Formado pelo Agora!, Acredito, Quero Pr�vias, Bancada Ativista, Brasil 21 e Movimento Transpar�ncia, o Nova Democracia recebeu o apoio, nessa empreitada, de nove novas organiza��es: Avaaz, Congresso em Foco, Funda��o Cidadania Inteligente, Instituto Ethos, Instituto de Tecnologia e Sociedade, Open Knowledge Brasil, Revista Constru��o, Renove e Transpar�ncia Internacional.

"Esta � uma forma de as pessoas se mobilizarem, agiram de alguma forma, para barrar o distrit�o e o fundo eleitoral. A gente entende que essas duas medidas juntas d�o poder muito grande a um sistema, al�m de ser um valor muit�ssimo alto", diz Marina Helou, administradora p�blica e uma das coordenadoras do ND. Outros pontos da reforma, como o fim de coliga��es e a cl�usula de barreira (que, em tese, dificultariam as pretens�es eleitorais desses novos grupos), n�o entraram na pauta do coletivo por falta de consenso entre os movimentos.

Conhe�a um pouco sobre o perfil dos seis grupos que formam o Nova Democracia:

Movimento Transpar�ncia Partid�ria (MTP)

- Dentre seus principais objetivos, est� a aprova��o de leis que tornem os partidos mais transparentes na gest�o de recursos (publica��es digitais e acess�veis ao cidad�o) e limita��o dos mandatos de dirigentes. "Os partidos pol�ticos prestam contas com pouca frequ�ncia e de maneira obsoleta - uma vez ao ano, em papel e sem qualquer padroniza��o. Como s�o financiados majoritariamente por recursos p�blicos, consideramos que a transpar�ncia � uma contrapartida m�nima que precisam oferecer � sociedade", diz Ricardo Martins, cientista social e coordenador do MTP.

Bancada Ativista

- Apesar de seus integrantes se dispersarem em dois partidos, Rede e PSOL, eles evitam se classificar como de "esquerda". Suas pautas, segundo eles, s�o "progressista": direitos humanos, redu��o de desigualdades e preserva��o do meio ambiente. Eles conseguiram eleger S�mia Bonfim pelo PSOL para a C�mara Municipal de S�o Paulo. O modelo de gest�o do grupo �, como chamam, horizontal. Tudo � discutido em reuni�es, at� mesmo a esta entrevista, a que responderam por e-mail, em grupo.

"Somos um movimento totalmente independente e volunt�rio. Temos uma estrutura horizontal, com reuni�es gerais quinzenais. Toda vez que surge um novo projeto ou a��o, cria-se um grupo de trabalho para executar, sempre reportando avan�os na reuni�o geral. Quando nossas a��es t�m custos, levantamos recursos entre os participantes ou buscamos via financiamento coletivo", afirma o texto. O grupo tem planos para 2018, mas ainda n�o h� uma estrat�gia definida.

Quero Pr�vias

- O movimento defende a realiza��o de pr�vias "transpartid�rias" para elei��es, da qual participariam pr�-candidatas e pr�-candidatos ligados aos partidos de esquerda e centro-esquerda (e eventualmente lideran�as sociais n�o necessariamente ligadas a partidos) que possam levar a uma "candidatura unificada para uma esquerda renovada", segundo o antrop�logo Ricardo Taperman. O movimento costuma fazer uma reuni�o mensal, tendo j� contado com a presen�a do vereador e segundo colocado nas elei��es municipais do Rio, Marcelo Freixo (PSOL), e mesmo o ex-prefeito Fernando Haddad (PT-SP). Taperman acrescenta que o Quero Pr�vias n�o tem v�nculo institucional com nenhum partido, mas vem dialogando com o PSOL, Rede, PT, PDT e PCdoB desde sua cria��o, no fim do ano passado, para apresentar a ideia da candidatura unificada. Atualmente, diz, h� algumas iniciativas transpartid�rias em andamento para candidaturas ao Legislativo, mas n�o cita nomes.

Acredito

- Formado por um grupo de jovens, na maioria egressos de universidades no exterior, eles j� come�am a organizar apostas para o Legislativo do ano que vem. Bruno Soares, que acaba de chegar ao Pa�s de um mestrado na Universidade de Harvard (Estados Unidos), planeja se lan�ar nas municipais ou nacionais de 2020 ou 2022. "Com o pre�o e a complexidade das campanhas, � bom come�ar a planejar desde j�", diz. O grupo, que hoje tem cerca de 50 participantes, j� chegou a se comparar a um "MBL maduro", em refer�ncia ao grupo pr�-impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, mas hoje tenta se distanciar dessa ideia. Tampouco se classificam como de esquerda ou direita: "Em alguns momentos, vamos ficar alinhados � esquerda, apoiando programas como o Bolsa Fam�lia, mas se formos discutir mensalidade de universidades p�blicas, estamos mais � direita, apoiando a cobran�a", afirma Soares.

Eles s�o contr�rios ao distrit�o, "que favorece quem gerou a crise continuar se beneficiando dela", e s�o favor�veis � cl�usula de barreira e ao fim das coliga��es. Segundo Bruno, o Acredito quer lan�ar ao menos um candidato por regi�o do Pa�s e j� tem iniciado as conversas com a Rede e o Livres (antigo PSL).

Agora!

- O grupo nasceu de uma discuss�o entre dois amigos, Ilona Szab�, diretora-executiva do Instituto Igarap�, e o cientista pol�tico Leandro Machado. Eles selecionaram a dedo os 50 e poucos que hoje comp�em o grupo. Tem uma cartilha de obriga��es, como participa��o de reuni�es e experi�ncia em cargo p�blico, em algum momento de suas carreiras - n�o necessariamente eletivo.

Questionado sobre posi��o ideol�gica, Machado diz que "essas nomenclaturas s�o t�o velhas como se a gente perguntasse hoje se voc� prefere xerox ou mime�grafo". Ele, que foi assessor da campanha de Marina Silva em 2010, diz que eles t�m procurado conversar com partidos novos, "sem v�cios e sem esqueletos no arm�rio", como a Rede e o Novo.

"A gente nasce para n�o polarizar", diz Ilona. "Queremos atualizar o Pa�s e melhorar efetivamente a vida das pessoas. Fora do Brasil, buscamos inspira��o no (Barack) Obama (ex-presidente dos Estados Unidos), (Justin) Trudeau (presidente do Canad�) e no Macron (presidente franc�s), no sentido da uni�o nacional", completa. Ilona tamb�m � coordenadora da Comiss�o Global sobre Pol�tica de Drogas, que defende a descriminaliza��o das drogas, e tem como membro o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

De acordo com ele, o grupo est� formalizando uma agenda de pautas principais, como seguran�a p�blica, e vai apresent�-la para candidatos para as elei��es do ano que vem.

Brasil 21

- Seu grupo de "experts", como s�o chamados, conta com o diretor-executivo do Banco Mundial, Otaviano Canuto, tenta conciliar pol�ticas inclusivas, tecnol�gicas, com uni�o dos movimentos. "A quest�o mais urgente � impedir o distrit�o e o fundo bilion�rio. O que pode ser definido com essa amostra p�ssima que a gente tem de Congresso pode tem impacto nos pr�ximos 50 anos", afirma Pedro Henrique XX, um dos fundadores do Brasil 21.

Do interior da Bahia, Pedro ficou quase dez anos indo e vindo de pa�ses latino-americanos, africanos, para o Morro do Vidigal, no Rio, e Harvard, a universidade nos Estados Unidos. Ele bolou um conceito novo de escola e recebeu bolsa da universidade norte-americana para desenvolv�-lo na comunidade e em outros pa�ses.

De volta no Brasil, ele se instalou em S�o Paulo e se juntou a um grupo de jovens para formular o "movimento humanista", como chama. "O que achamos que tem que mudar � essa cultura pol�tica do 'PT tem que ganhar' e 'PSDB tem que perder', ou vice versa, e deixar tudo cair na m�o do PMDB. Precisamos criar uma agenda de consenso que possa equilibrar o social e o econ�mico", afirmou. Rede, PSOL e Novo s�o os partidos que eles t�m dialogado mais sobre o ano que vem. De Eduardo Suplicy (vereador, PT-SP) a Raquel Lyra (prefeita de Caruaru, do PSDB), eles t�m tentado manter portas abertas para di�logos sobre as elei��es.

(Marianna Holanda)


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