Bras�lia, 22 - O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10� Vara Federal em Bras�lia, aceitou nesta ter�a-feira, 22, den�ncia contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) por obstru��o de Justi�a. Com isso, o peemedebista passa � condi��o de r�u e responder� a a��o penal por ter, supostamente, atuado para evitar a dela��o premiada do corretor L�cio Funaro, que poderia implic�-lo em crimes de corrup��o na Caixa Econ�mica Federal.
Na decis�o, o magistrado justifica que a den�ncia ofertada pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF) contra o ex-ministro atende os requisitos do C�digo de Processo Penal, pois "descreve de modo claro e objetivo fatos delituosos imputados a Geddel". "Est� demonstrada, at� agora, a plausibilidade das alega��es contidas na exordial acusat�ria, em face da circunstanciada exposi��o dos fatos tidos por criminosos e das descri��es das condutas em correspond�ncia com os documentos constantes dos autos", escreveu Oliveira.
Na den�ncia contra Geddel, o MPF sustenta que, ap�s a pris�o de Funaro, o ex-ministro monitorou e constrangeu a mulher do corretor, Raquel Pitta, com a inten��o de "influenci�-lo" a n�o colaborar com as investiga��es referentes �s opera��es Cui Bono e S�psis, que tratam de desvios na Caixa.
O ex-ministro, que antes n�o mantinha contato com a mulher de Funaro, teria passado a fazer insistentes liga��es para ela, especialmente nas sextas-feiras, dia que visitava o marido na pris�o. Muitas vezes, os telefonemas eram no per�odo da noite, a prop�sito de perguntar sobre o "estado de �nimo" de Funaro.
Para a Procuradoria da Rep�blica no Distrito Federal, Geddel buscava intimidar indiretamente o corretor e impedir ou retardar a sua colabora��o. A suposta press�o foi confirmada pelo casal em depoimentos aos procuradores.
Oliveira destacou na decis�o em que abre a a��o penal laudo da Pol�cia Federal, que atesta ao menos 16 liga��es de Geddel para Raquel, al�m dos depoimentos dela e do marido, que confirmaram a atua��o do ex-ministro para evitar a dela��o. Oliveira abriu prazo de dez dias para que a defesa do peemedebista apresentar suas alega��es iniciais.
As suspeitas de que Geddel tentou atrapalhar as investiga��es levaram o juiz a determinar sua pris�o preventiva em junho deste ano. Depois disso, ele foi transferido do regime fechado para o domiciliar por decis�o do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1� Regi�o (TRF-1). O ex-ministro est� recluso em seu apartamento em Salvador (BA).
A reportagem telefonou na noite desta ter�a-feira para o advogado de Geddel, Gamil F�ppel, mas ele n�o atendeu.
(F�bio Fabrini e Fabio Serapi�o)