Rio, 23 - A empresa Agrobilara, de propriedade do presidente licenciado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Jorge Picciani (PMDB), e de seu filho, o atual ministro do Esporte, Leonardo Picciani, foi citada nas investiga��es da Lava Jato no Rio. Segundo dela��o premiada do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio Jonas Lopes, a empresa lavou dinheiro de corrup��o.
Ano passado, uma ex-funcion�ria da Carioca Engenharia afirmou, em acordo de leni�ncia com a Lava Jato, que comprou vacas superfaturadas da Agrobilara, com o objetivo de "gerar dinheiro em esp�cie" para a empreiteira. Os valores seriam usados no caixa dois da Carioca.
Dessa vez, segundo Jonas Lopes, R$ 500 mil oriundos de corrup��o foram usados na compra subfaturada de cem cabe�as de gado da ra�a girolando da Agrobilara, de modo a dissimular a natureza il�cita dessa quantia. A transa��o, disse ele, foi em 2014. As informa��es s�o da TV Globo.
Jorge Picciani divulgou nota defendendo-se da acusa��o: "Mais uma vez, Jonas Lopes mente na tentativa de me envolver. Todas as opera��es da Agrobilara, inclusive as poucas que fizemos com esse senhor, foram devidamente auditadas, com notas fiscais emitidas e impostos recolhidos, a pre�os compat�veis aos praticados no mercado de animais girolandos, de leite", justificou. Ele est� licenciado da Alerj para tratamento de um c�ncer.
Em abril,outra parte da dela��o havia sido divulgada. Lopes disse na ocasi�o que Jorge Picciani sugeriu ao TCE a cria��o de uma "caixinha" para que os conselheiros do tribunal tomassem decis�es favor�veis a empres�rios de �nibus. O esquema renderia cerca de R$ 60 mil mensais a cada um deles.
Em mar�o, a Pol�cia Federal prendeu cinco dos sete conselheiros do TCE na Opera��o O Quinto do ouro, que investigou esquema de propina de contratos p�blicos. Na ocasi�o, o ent�o presidente da Alerj foi levado a depor coercitivamente.
(Roberta Pennafort, O Estado de S.Paulo)