BRAS�LIA, 27 - O pacote de privatiza��es lan�ado pelo governo � a aposta do presidente Michel Temer n�o apenas para tentar conter o rombo no Or�amento e enfrentar a crise econ�mica, mas tamb�m para recuperar popularidade em 2018, ano eleitoral. Pesquisas feitas em redes sociais nos �ltimos dias, j� analisadas pelo n�cleo pol�tico do Pal�cio do Planalto, mostraram que, quando o tema privatiza��o � abordado, a aprova��o do governo sai de 4% e chega a 15%.
O �salto� ocorre somente nesse caso. Os dois d�gitos foram obtidos na segunda-feira, quando o Minist�rio de Minas e Energia anunciou a venda da Eletrobr�s, e se mantiveram com a divulga��o de que a Casa da Moeda e o aeroporto de Congonhas est�o na lista do que ser� oferecido � iniciativa privada.
Na avalia��o de auxiliares de Temer, as privatiza��es podem dissipar as desconfian�as do mercado sobre os rumos da economia e, de quebra, reaproximar o discurso do governo da sociedade, principalmente da classe m�dia. Desde as dela��es da JBS, que vieram � tona em maio, levantamentos indicam a deteriora��o da imagem do presidente.
Foi por isso que os dados obtidos nas redes sociais ap�s o an�ncio do plano animaram o Planalto e a c�pula do PMDB. Agora, at� mesmo uma pesquisa qualitativa da Funda��o Perseu Abramo, bra�o acad�mico do PT, est� sendo lembrada por interlocutores de Temer para mostrar que a popula��o quer um Estado mais enxuto.
Feita entre novembro de 2016 e janeiro deste ano na periferia de S�o Paulo, a consulta revelou que ex-eleitores do PT veem o Estado como �inimigo� respons�vel por se apropriar do dinheiro dos impostos e fornecer servi�os de baixa qualidade.
Para o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral), o pacote n�o tem apenas objetivo fiscal. �� evidente que, do ponto de vista econ�mico e social, dever�amos ter um programa para enfrentar o desafio do emprego e da renda, al�m de melhorar a infraestrutura�, argumentou ele.
Racha
A base aliada do governo, por�m, j� come�ou a criticar a proposta. As resist�ncias aparecem cada vez mais fortes no Congresso, mas, em conversas reservadas, muitos pol�ticos observam que a queixa tem como pano de fundo o medo de alguns colegas de perder cargos em estatais com gordos or�amentos, como a Eletrobr�s.
�Eu tenho zero de cargo�, afirmou o senador Edison Lob�o (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, que � contra a venda da Eletrobr�s. Questionado sobre o dom�nio do grupo do ex-presidente Jos� Sarney (PMDB) - integrado por ele - na distribui��o de diretorias do sistema el�trico, Lob�o disse que isso �� uma fal�cia�. E completou: �Nada � particularmente do Sarney nem meu�.
Adepto da m�xima �quanto menos Estado, melhor�, o l�der do DEM na C�mara, Efraim Filho (PB), afirmou que a Lava Jato jogou luz sobre a corrup��o nas estatais. �Historicamente, essas empresas t�m servido de instrumento para financiar projetos pol�tico-partid�rios dos governos de plant�o�, disse. Efraim lan�ou at� um desafio aos colegas contr�rios �s privatiza��es: �Se hoje as telef�nicas pertencessem ao Estado, ser� que o servi�o prestado seria melhor?� As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Vera Rosa)