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Estado de Minas

Presidente do PHS usa dinheiro de reserva partid�ria em neg�cios familiares

O pol�tico repassou R$ 486 mil do Fundo Partid�rio para bancar os tr�s carros, que ele usa, inclusive, para ir a sua fazenda


postado em 29/08/2017 11:13 / atualizado em 29/08/2017 11:23

Frota de carros só faz crescer na sede do PHS, que fica numa mansão alugada com dinheiro público(foto: Reprodução)
Frota de carros s� faz crescer na sede do PHS, que fica numa mans�o alugada com dinheiro p�blico (foto: Reprodu��o)

A m�e e quatro tios do presidente do PHS, Eduardo Machado, t�m participa��o na empresa da qual ele comprou uma caminhonete e dois sed�s de luxo, pagos com dinheiro p�blico e usados para fins particulares.

O pol�tico repassou R$ 486 mil do Fundo Partid�rio para bancar os tr�s carros, que ele usa, inclusive, para ir a sua fazenda.

A fam�lia tamb�m foi beneficiada com R$ 225 mil referentes ao pagamento de material promocional da Funsol, funda��o vinculada ao PHS, arrematado numa loja pertencente a uma prima de Machado, que tamb�m atua como advogada do partido. Ao todo, a sigla recebeu R$ 3,8 milh�es do Fundo Partid�rio em 2017.

Embora tenha gastado R$ 700 mil fechando neg�cios “em casa”, Machado disse que prestigiou a fam�lia porque obteve “o melhor pre�o” na compra dos carros.

“N�o entendo por que andam falando mal de mim. Fiz cota��es em diversas concession�rias, e foi justamente na deles (familiares) onde achei o melhor pre�o”, afirmou.

Segundo o presidente do PHS, “todos os partidos t�m carro, e as referidas aquisi��es foram necess�rias porque existem viagens semanais de Goi�nia (onde ele mora) para Bras�lia, que precisam ser cumpridas”.

Machado alegou, ainda, que, desde a compra dos ve�culos — parte, em 2015, outra, em 2016 —, praticamente n�o gastou mais verbas com viagens de avi�o.

“O dinheiro das passagens a�reas � jogado no lixo. No fim do ano, v� � garagem do partido e ver� os carros l�. Viraram patrim�nio. Isso � a preserva��o do bem p�blico”, frisou.

Apesar dessa justificativa, o Correio apurou que, ao menos uma vez por m�s, o presidente do PHS viaja de avi�o a trabalho. Hoje, a estrutura do partido, cuja sede funciona em uma casa na QI 11 do Lago Sul, tem, al�m dos carros comprados na concession�ria da fam�lia, outros tr�s ve�culos de luxo e dois populares.

Na mans�o do Lago Sul, que � alugada com o dinheiro do Fundo Partid�rio, n�o h� funcion�rios desde o fim de junho por falta de pagamento dos sal�rios. Apenas um seguran�a toma conta do local, fechado com um cadeado.

Respons�vel pela �rea administrativa do PHS h� cerca de 10 anos, Francisco de Assis Alves disse que n�o est� trabalhando porque foi impedido de entrar na sede do partido.

“Mesmo sem receber, mesmo pedindo empr�stimos, eu e os outros tr�s funcion�rios est�vamos indo todos os dias at� sermos barrados a mando do seu Eduardo. N�o sei o motivo de ele estar contra n�s. Os trabalhadores n�o t�m nada a ver com essa confus�o toda que se criou l� dentro”, justificou.

Assis disse estar constrangido de voltar ao trabalho depois do ocorrido, mas pretende cobrar os meses de sal�rios e benef�cios atrasados.

“Pago aluguel, tenho um monte de conta vencida e fam�lia para sustentar. N�o me posso dar ao luxo de ficar sem emprego e jogar fora todos os anos de dedica��o ao partido”, afirmou. Embora tenha medo de repres�lias, o funcion�rio faz quest�o de ressaltar: “Conto essa hist�ria porque � verdadeira”.

“Prima-irm�”

Ex-presidente da Funsol, funda��o vinculada ao PHS, Beto Roriz disse que o presidente do partido mandou a empresa de Adriana Machado S� Peixoto, prima dele e advogada da entidade, fazer a reencaderna��o de um livro, atividade que custou R$ 225 mil.

“Ele a chama de prima-irm�, e todo mundo, inclusive eu, fomos contra esse envolvimento na funda��o. A empresa da qual ela � s�cia n�o � uma gr�fica, mas, sim, especializada em eventos. Ele, no entanto, nos obrigou a fechar com ela. Quando isso aconteceu, comuniquei o conselho fiscal do PHS e renunciei ao cargo”, afirmou.

A advogada, no entanto, informou ser s�cia de “diversos empreendimentos” e disse que n�o obt�m lucros em todos.

“� o caso dessa empresa de eventos. Ser acionista n�o significa ter poderes de gest�o nem recebimento de pr�-labore. Eu n�o recebi um real de distribui��o de lucros. Sou de uma fam�lia de not�vel conhecimento jur�dico, tenho um tio procurador”, destacou Adriana.

Ela recebe R$ 10 mil por m�s do PHS para advogar em favor do partido em Bras�lia, mesmo morando em Goi�nia.

Segundo integrantes do PHS, as irregularidades fizeram com que Eduardo Machado fosse afastado do cargo em reuni�o do diret�rio nacional.

“O cara est� destruindo o partido, que estava caminhando muito bem. Quando voc� fica em um cargo durante muito tempo e come�a a achar que � dono dele, n�o d� certo”, observou La�rcio Benko, que teria sido eleito na reuni�o do colegiado dirigente do partido. “Hoje, n�o se tolera mais corrup��o”, assinalou.

Objetivos deturpados


Enquanto se discute a inje��o de R$ 2 bilh�es a R$ 3,6 bilh�es em um fundo para o financiamento de campanhas eleitorais, os pol�ticos comprovam a irresponsabilidade no uso de recursos p�blicos.

� o caso do PHS, que vem usando o Fundo Partid�rio para opera��es suspeitas. O Fundo Partid�rio � uma reserva bancada pela Uni�o para financiar os gastos das siglas.

Uma parte � dividida proporcionalmente �s legendas, diante de sua representa��o no Congresso, e, outra, fatiada igualmente entre os partidos.

Uma parcela das verbas deve, obrigatoriamente, ser destinada � cria��o e � manuten��o de um instituto ou de uma funda��o de pesquisa. Tamb�m precisa garantir atividades de est�mulo � participa��o de mulheres no mercado de trabalho.

O restante � usado para despesas administrativas e campanhas institucionais. Cada partido pode distribuir os recursos internamente, da maneira que achar melhor.

O Fundo Partid�rio foi criado em 1965, no governo de Castello Branco, in�cio da ditadura militar. O objetivo seria garantir que as legendas sobrevivessem, tivessem autonomia financeira e garantissem a diversidade de ideias na pol�tica.


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