Bras�lia - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, entregou, na semana passada, ao presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), uma proposta que altera radicalmente a forma como s�o produzidos atualmente os programas no hor�rio eleitoral na TV e no r�dio. O objetivo � reduzir o custo das campanhas e retirar qualquer toque de "superprodu��o" das pe�as que v�o para o ar.
O texto, redigido por uma equipe t�cnica do TSE, prev� que a grava��o da propaganda eleitoral seja feita em est�dio, com proibi��o expressa de uso de cen�rios, grava��es externas, computa��o gr�fica e "quaisquer efeitos especiais". A proibi��o vale para qualquer tipo de propaganda eleitoral, inclusive inser��es.
"Na grava��o dos programas de televis�o e nas inser��es, ser�o permitidos t�o somente p�dio, cadeira ou mesa de apoio para o candidato, e exibi��o da sigla e s�mbolo do partido", diz a proposta.
Atores e locutores tamb�m s�o vetados, j� que o texto prev� expressamente que ser� proibida "qualquer participa��o, direta ou indireta, de terceiros, seja por meio de imagem ou voz, ao vivo ou gravada".
"O sistema precisa ser revisto e a gente precisa saber quais s�o os gastos. Levei uma proposta de baratear o sistema de divulga��o, a televis�o, e tudo mais, fazendo isso de uma maneira mais simples poss�vel, encerrando essa hist�ria de imagens externas, tecnicalidades, fazendo a propaganda meramente no est�dio", afirmou Gilmar.
Caso a proposta desenhada pelo TSE seja aprovada pelo Congresso Nacional, a disputa vai ficar mais nivelada, na opini�o do cientista pol�tico David Fleischer, da Universidade de Bras�lia (UnB). "No geral, � positiva a ideia, mas a audi�ncia do hor�rio eleitoral vai ser mais baixa ainda. Praticamente voc� n�o precisa de marqueteiro, n�o. S� precisa de algu�m pra fazer maquiagem e um operador de v�deo", disse Fleischer.
Cr�ticas
Profissionais que trabalham com marketing pol�tico criticam as sugest�es do TSE. Para o publicit�rio Lula Magalh�es, respons�vel pela campanha vitoriosa do prefeito de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), em 2016, a proposta � "in�cua". "Elas (as ideias) s�o limitantes para quem n�o conhece bem ferramentas de comunica��o. O que faz diferen�a mesmo � o conte�do na fala do candidato", avaliou.
O publicit�rio Elsinho Mouco, que atua como marqueteiro do presidente Michel Temer, reprovou a medida. "� melhor cancelar os programas eleitorais, s� permitindo as inser��es de 30 segundos, do que querer censurar o trabalho do publicit�rio brasileiro. � melhor moralizar o marketing das campanhas eleitorais do que limitar", afirmou.
O jornalista Edinho Barbosa considera a medida uma "censura". "Isso � um atentado � comunica��o. N�o se pode empurrar para a comunica��o uma responsabilidade que n�o � dela. A responsabilidade pelo caos pol�tico � dos pol�ticos, e n�o da comunica��o", disse Barbosa, que j� trabalhou para o PT e para o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) - morto em 2014.