Bras�lia, 04 - L�deres da base aliada afirmaram que o pronunciamento feito nesta segunda-feira, 4, pelo procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, enfraquece a apresenta��o de uma segunda den�ncia contra o presidente Michel Temer.
Janot convocou a imprensa para anunciar que o acordo de dela��o premiada dos empres�rios do Grupo J&F pode ser revisto, mas sustentou que as provas entregues no processo n�o perderiam a validade.
"Esse fato mostra aquilo que toda a sociedade tem manifestado. H� muitas d�vidas sobre esse acordo. Muitos benef�cios, imunidade 100% em troca de algo que n�o parece consistente", disse o l�der da maioria na C�mara, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES).
Para ele, se a segunda den�ncia tiver como base os depoimentos dos irm�os Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, isso trar� suspei��o � figura do procurador-geral da Rep�blica. "Usar essa mesma mat�ria-prima pode colocar Janot em situa��o constrangedora e at� mesmo questionar o seu papel nesse procedimento", disse.
Relator da reforma da Previd�ncia na C�mara, o deputado Arthur Maia (PPS-BA) afirmou que o "preju�zo" que a dela��o premiada dos irm�os Batista trouxe para o Pa�s � "um fato consumado", sobretudo para a economia do Pa�s, j� que, depois que o acordo veio � tona, a reforma ficou inviabilizada.
"N�o � razo�vel que Janot ainda tenha vontade de fazer essa segunda den�ncia. � importante que a PGR tenha sensatez nesse momento", disse.
Para o l�der do DEM, deputado Efraim Filho (PB), eventuais provas obtidas sob ilicitude devem ser anuladas. "Uma segunda den�ncia come�a agora ter� que ser analisada de maneira mais profunda", disse.
Presidente em exerc�cio da C�mara, Andr� Fufuca (PP-MA), evitou se manifestar sobre o assunto. Segundo ele, n�o h� como avaliar se os novos fatos enfraquecem a segunda den�ncia que pode ser apresentada contra Temer porque antes � preciso conhecer o teor da acusa��o.
"Eu s� poderia afirmar se enfraquece ou n�o depois de termos conhecimento. Mas a C�mara n�o vai se furtar do seu papel, que � respeitar o regimento da Casa", disse.
PSDB
Um dos defensores de que o PSDB deixe a base aliada, o l�der do partido, Ricardo Tripoli (SP), adotou um tom diferente dos demais integrantes da base aliada. Para ele, as provas que foram produzidas a partir dos depoimentos da dela��o "n�o podem ser jogadas fora". "Minha impress�o � de que n�o h� comprometimento das provas", disse.
Essa tamb�m foi a opini�o dos deputados da oposi��o. Para Chico Alencar (PSOL-RJ), os novos elementos trazidos por Janot n�o negam o que foi dito contra Temer pelos delatores.
O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) tamb�m negou que as novas revela��es enfraque�am a apresenta��o de uma segunda den�ncia. "Todas as provas contra Temer permanecem v�lidas. Isso n�o fragiliza e nem coloca em quest�o tudo que foi revelado", disse.
(Isadora Peron e Renan Truffi)