Bras�lia, 07 - O empres�rio Joesley Batista, do Grupo J&F, est� prestando depoimento na tarde desta quarta-feira (7) na Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), no qual deve dizer que n�o recebeu orienta��o do ex-procurador Marcelo Miller para gravar o presidente Michel Temer. A grava��o do peemedebista, em uma conversa no Pal�cio do Jaburu, abriu a porta para que os empres�rios do grupo conseguissem negociar um acordo de dela��o premiada.
Joesley chegou a Bras�lia de manh� junto com o diretor jur�dico do grupo Francisco de Assis e o diretor Ricardo Saud. Os tr�s prestam esclarecimentos � Procuradoria no procedimento que deve revogar o benef�cio de imunidade penal concedido aos delatores. Em grava��o, Saud e Joesley falaram sobre uma suposta influ�ncia de Miller nas tratativas para a dela��o. O ex-procurador foi exonerado no in�cio de abril da PGR. Segundo o Minist�rio P�blico, o primeiro contato oficial dos executivos para falar de dela��o foi pr�ximo do dia 27 de mar�o.
O empres�rio tamb�m deve confirmar, segundo apurou o
Estado
, que nunca esteve pessoalmente com o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, e que n�o passaram de "bravatas" as men��es feitas a ele e aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os delatores ir�o dizer � PGR que j� conheceram Miller na condi��o de advogado - ele estava na transi��o para um escrit�rio de advocacia e que ele n�o teve inger�ncia na dela��o premiada do grupo. Segundo eles devem dizer aos procuradores, Marcelo Miller foi avisado de forma superficial sobre a inten��o de buscar a PGR para delatar.
Na mesma �poca, Joesley buscava um nome para assumir a �rea de compliance e combate � corrup��o da JBS.
O primeiro a ser ouvido pela PGR nesta manh� foi o advogado Francisco. No per�odo da tarde, o primeiro a come�ar a depor foi Joesley, que fala neste momento. Depois dos depoimentos, os tr�s devem embarcar de volta para S�o Paulo.
O procedimento de revis�o do acordo � conduzido pela subprocuradora Cl�udia Marques. Amanh� (8), ela ir� ouvir Marcelo Miller. Ela tamb�m precisa analisar informa��es do escrit�rio Trech, Rossi e Watanabe - onde o procurador chegou a trabalhar ap�s ser exonerado do Minist�rio P�blico. Janot concedeu inicialmente at� sexta-feira (8) para que todos os esclarecimentos sejam prestados. A inten��o � resolver a situa��o o quanto antes, para solucionar o problema dentro dos 10 dias que ainda possui � frente do cargo de procurador-geral.
(Beatriz Bulla e L�gia Formenti)