Joesley nega ter sido orientado a gravar Temer

Bras�lia, 08 - O empres�rio Joesley Batista, do Grupo J&F, prestou depoimento de cerca de tr�s horas na tarde de ontem na sede da Procuradoria-Geral da Rep�blica, no qual disse que n�o recebeu orienta��o do ex-procurador Marcelo Miller para gravar o presidente Michel Temer.

A grava��o do peemedebista, em uma conversa no Pal�cio do Jaburu, abriu a porta para que os empres�rios do grupo conseguissem negociar um acordo de dela��o premiada. Em outra grava��o, o executivo Ricardo Saud e Joesley falaram sobre uma suposta influ�ncia de Miller nas tratativas para a dela��o.

Joesley chegou a Bras�lia pela manh�, com o diretor jur�dico do grupo, Francisco de Assis, e Ricardo Saud. No total, os executivos permaneceram quase dez horas na PGR. Os tr�s prestaram esclarecimentos no procedimento que deve revogar o benef�cio de imunidade penal concedido aos delatores.

Aos procuradores, Joesley confirmou que conheceu Marcelo Miller em data anterior � que ele foi exonerado da Procuradoria. Segundo o empres�rio, no entanto, Miller se apresentou como advogado e disse que j� havia pedido a exonera��o do Minist�rio P�blico - o que s� teve efeito, oficialmente, a partir de abril.

Contato. Segundo Joesley disse aos procuradores, Miller n�o trabalhou no acordo de dela��o nem quando deixou oficialmente o Minist�rio P�blico. Ele afirmou, por�m, que conversou superficialmente com o ex-procurador sobre o acordo de dela��o. Na mesma �poca em que fez os contatos com Miller, Joesley buscava um nome para assumir a �rea de compliance e combate � corrup��o da JBS.

O empres�rio minimizou as men��es que fez ao procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) na conversa gravada com Saud.

O primeiro a ser ouvido foi o advogado Francisco de Assis, questionado sobre a rela��o com Miller, e o �ltimo foi Ricardo Saud. Marcelo Miller ser� ouvido hoje no procedimento de revis�o da dela��o premiada. /

(Beatriz Bulla e Ligia Formenti)