Gilmar diz que conversa com Joesley supostamente gravada foi 'institucional'

S�o Paulo, 12 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que acha ter sido gravado por Joesley Batista, afirmou nesta ter�a-feira, 12, que a conversa com o dono da JBS teria sido "institucional".

Em entrevista � R�dio Ga�cha, Gilmar afirmou que o �udio deve ser de abril, quando os dois se encontraram no Instituto de Direito P�blico (IDP), do qual � s�cio e professor. De acordo com o minsitro, eles conversaram sobre as dificuldades do setor e o julgamento do Fundo de Assist�ncia ao Trabalhador Rural (Funrural).

"Institucional (a conversa). Foi sobre um julgamento que havia ocorrido, envolvendo o Funrural. Ele apareceu no instituto, eu estava dando aula, e conversamos sobre isso, as dificuldades do setor... Disse a ele que n�o havia muito o que fazer sobre a mat�ria, porque j� havia sido decidido pelo tribunal, inclusive com meu voto contr�rio � pretens�o dele (Joesley)", afirmou.

O Supremo decidiu, em 30 de mar�o, que � legal a cobran�a de contribui��o previdenci�ria ao Funrural de empregador pessoa f�sica. A cobran�a, que j� era feita, foi alvo de um recurso da Uni�o pelo parecer contr�rio da Primeira Turma do STF, que tinha avaliado que era indevida. A maioria dos ministros votou favoravelmente ao recurso do governo.

Questionado se ele conheceria Joesley e como teria sido feito o pedido do encontro, o ministro se limitou a responder que "tem impress�o" que teria vindo da diretoria do IDP.

A um dia do pleno da Corte analisar a suspei��o do procurador-geral, Rodrigo Janot, a quem Gilmar � cr�tico, o ministro avalia que n�o as dela��es n�o t�m influ�ncia sobre o Supremo.

"N�o vejo nenhuma repercuss�o sobre o STF. Acho que o Supremo equivocou-se ao n�o colocar limites nas dela��es premiadas, nos abusos perpetrados, n�o fazer an�lise dessas investiga��es", afirmou.

Na entrevista, ele voltou a criticar a Procuradoria-Geral, a que disse que foi "utilizada" por Joesley, na dela��o da JBS. "Eu acho que o grande problema nesse contexto tem a ver com a Procuradoria-Geral. A PGR se serviu e tamb�m acho que foi utilizada pelo Joesley Batista", disse.

(Marianna Holanda)