S�o Paulo, 22 - Os procuradores da Rep�blica reagiram � manifesta��o mais dura j� feita pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que na sess�o plen�ria da Corte, na quarta-feira, 20, defendeu que o ex-procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot deveria ter pedido a pr�pria pris�o diante do desdobramento das investiga��es do caso JBS.
Em nota p�blica, a Associa��o Nacional dos Procuradores da Rep�blica (ANPR) - principal entidade da classe - recha�ou "os ataques claramente pessoais do ministro em rela��o ao ex-procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot". A nota � assinada pelo procurador regional da Rep�blica Jos� Robalinho Cavalcanti, presidente da associa��o.
A ofensiva de Gilmar se deu na sess�o em que os ministros decidiram encaminhar � C�mara a segunda den�ncia de Janot contra o presidente Michel Temer. O julgamento foi retomado ontem e dez ministros votaram nesse sentido - apenas Gilmar votou contra.
O ministro disse, ainda, que o ex-procurador Marcello Miller, que atuou no gabinete de Janot por tr�s anos, "� conhecido como o Ma�aranduba", que emprega "m�todos policialescos, violentos" e fechou contrato de consultoria em fevereiro com escrit�rio de advocacia ligado ao grupo JBS, quando ainda exercia as fun��es no Minist�rio P�blico Federal. Na sess�o, sentada � esquerda de Gilmar, estava a nova procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge.
"A avalia��o jur�dica de fatos por um magistrado � livre e base de sua fun��o jurisdicional", diz a nota da ANPR. "Mas � estranho e espanta o Pa�s, mais uma vez, assistir a um juiz, a um ministro da Corte Suprema, usar o sagrado assento que ocupa, e suas prerrogativas, para tecer considera��es pessoais, com express�es rudes e ju�zos definitivos sobre um cidad�o, um membro de outra institui��o, autoridade que sequer tinha ou caberia ter qualquer conduta sob escrut�nio da Corte neste momento ou neste processo." As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Julia Affonso e Fausto Macedo)