Bras�lia, 28 - Embora o Pal�cio do Planalto evite se manifestar sobre a escolha do deputado Bonif�cio de Andrada (PSDB-MG) para relatar a den�ncia contra o presidente Michel Temer e seus ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral da Presid�ncia), os primeiros sinais em rela��o ao nome do tucano s�o positivos. O governo, por�m, n�o descarta a preocupa��o, j� que o ent�o peemedebista S�rgio Zveiter (RJ), relator da primeira acusa��o, votou contra o presidente. Por isso, o discurso oficial segue a linha da primeira den�ncia, de que esperam que seja apresentado um relat�rio t�cnico, favor�vel a Temer, com pedido de arquivamento de den�ncia.
Interlocutores do presidente, no entanto, avisam que, caso o relat�rio seja contr�rio ao presidente, um dos aliados governista na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) ser� convocado a apresentar um texto paralelo, repetindo o tr�mite anterior, quando Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) relatou a favor do arquivamento da acusa��o.
A princ�pio, n�o dever�o ser realizadas novas trocas de integrantes da CCJ, al�m das j� feitas. A avalia��o, neste momento, � que os nomes que comp�em o colegiado est�o ajustados. Para votar a primeira den�ncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) no dia 13 de julho, a CCJ sofreu 25 movimenta��es, desde o dia da acusa��o, o que acabou garantindo a vit�ria do peemedebista nesta primeira etapa.
O governo continua dando como certa a rejei��o da segunda den�ncia. Mas o presidente Temer tem dito aos seus auxiliares diretos que manter� a intensa agenda iniciada na segunda-feira de atender os parlamentares.
Desde o in�cio da semana, oficialmente, mais de 70 deputados e senadores j� passaram pelo gabinete presidencial. O deputado Paulo Maluf (PP-SP), por exemplo, esteve no Planalto pelo menos tr�s vezes esta semana. Temer tamb�m est� convocando seus ministros, em busca de agendas positivas. No caso dos ministros-parlamentares, o pedido inclui convencimento dos aliados de seus partidos e estados.
Auxiliares do presidente minimizaram a bronca do vice-presidente da C�mara, F�bio Ramalho (PMDB), que atacou o governo por conta da realiza��o do leil�o da Cemig por desagradar a bancada mineira. Disseram que o deputado, que acompanhou Temer nas �ltimas viagens internacionais, est� fazendo o seu papel p�blico, ao se queixar do leil�o. Mas n�o acreditam em uma rebeli�o de fato, que possa contaminar a vota��o pelo arquivamento da den�ncia.
Al�m do atendimento com corpo a corpo para garantir uma vota��o maior do que anterior, de 263 votos, Temer est� em contato direto com seus advogados para discutir a estrat�gia. A inten��o, segundo auxiliares do Planalto, � de entregar a defesa at� quarta-feira, 4. O mesmo deve valer para os ministros Padilha e Moreira, que t�m advogados espec�ficos trabalhando nas suas defesas.
Temer poder� ir nesta sexta-feira, 29, mais uma vez, a S�o Paulo, para se reunir com seu novo advogado, o criminalista Eduardo Pizarro Carnel�s.
Fora as idas a S�o Paulo para estas conversas jur�dicas, Temer n�o est� planejando viagens para anunciar projetos ou visitar obras este m�s, nem mesmo ir ao Vaticano ou Uruguai, que chegaram a ser cogitadas. Este m�s de outubro, avisam auxiliares do presidente, ser� principalmente dedicado ao trabalho de sua defesa
Agenda positiva
Outro esfor�o do presidente Temer tem sido em busca de agendas positivas. Nesta quinta-feira no Planalto, em uma cerim�nia feita de �ltima hora, o presidente anunciou pessoalmente a libera��o de recursos do PIS/Pasep e a redu��o o teto da taxa de juros de empr�stimos consignados para servidores e aposentados.
Temer fez um discurso exaltando os resultados da economia e n�o quis responder a questionamentos sobre pol�tica, por exemplo sobre o que achava da decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastar o senador A�cio Neves (PSDB-MG).
O presidente tem pedido aos seus ministros que fa�am balan�os de a��es e vejam a possibilidade de mais cerim�nias para mostrar que o governo segue trabalhando independente da crise pol�tica.
(T�nia Monteiro e Carla Ara�jo)