Bras�lia, 29 - "O Brasil deve sofrer interven��o militar?", questionou o ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justi�a (STJ), em uma enquete no Twitter que gerou diversas cr�ticas nas redes sociais.
Diante de repercuss�o negativa, o ministro afirmou ao Estad�o/Broadcast que fez uma pergunta neutra sem qualquer inten��o de induzir a alguma das alternativas. Por um lado, disse que o tema da enquete "n�o pode ser tabu"; por outro, afirmou que "o que precisamos � fortalecer a democracia do pa�s".
Iniciada na quinta-feira, 28, e terminada nesta sexta, 29, com 37 mil votos, a consulta teve 51% votos pelo n�o e 49% pelo sim. Os coment�rios foram mais de 1600, sendo muitos internautas revoltados com a proposi��o do debate sobre o tema em pleno regime democr�tico, e outros apoiando a ideia do regime militar.
Og Fernandes disse que costuma fazer enquetes sobre temas que est�o no notici�rio nacional e que costuma retuitar (replicar) no Twitter a not�cia que motiva a enquete. No caso, era uma publica��o sobre uma pesquisa do Instituto Paran� Pesquisas com a chamada de que "43% dos brasileiros querem interven��o militar".
A reportagem questionou diversas vezes o ministro sobre que resposta ele daria � enquete que ele pr�prio formulou. Disse, primeiro, que o Twitter n�o permite ao criador da enquete votar. Afirmou, depois, que n�o queria dar opini�o porque � um "cr�tico do protagonismo da magistratura". Por fim, posicionou-se: "Quando eu digo que eu sou a favor da democracia, j� sou claro em rela��o ao que eu penso".
O ministro sustentou que a enquete foi pertinente. "Tivemos um tema que foi tratado, visto pela sociedade. O que s� refor�a a minha ideia de que est� no inconsciente coletivo da sociedade discutir o tema. A quest�o � em que termos discutir isso, sem intoler�ncia, sem atitudes que revelem um comportamento inadequado, e pleitear cada vez mais pela pr�pria democracia", disse.
Ele disse tamb�m que foi bom saber a opini�o dos seguidores. "Para mim foi �til para sentir a temperatura dos seguidores e de como t� o Pa�s no momento"
Pernambucano, foi jornalista no Recife antes de entrar na magistratura no in�cio da d�cada de 1980. Hoje, d� palestras sobre Comunica��o e Judici�rio. Este ano, foram duas.
Ele tamb�m comentou uma declara��o de um general do Ex�rcito feita em um evento da Associa��o Comercial de Porto Alegre (ACPA) e registrado em reportagem do Estad�o publicada na quinta-feira, 28.
"Imagine se eu digo isso, como seria mal interpretado? Eu acho o seguinte: a popula��o precisa se acalmar, ou precisa que n�s tenhamos uma posi��o que o pa�s caminhe para a sua normalidade e que n�o haja fantasmas que eu convivi. Essa gera��o hoje que est� no Brasil basicamente mais jovem n�o experimentou um per�odo autorit�rio", disse.
Mesmo sem querer opinar, falou sobre como a democracia pode ser fortalecida. "Basicamente, pelos agentes pol�ticos, n�o sou eu que tem que chamar esse tema para refor�ar sempre, sempre. � conversar e convencer a sociedade de que o caminho que n�s estamos, com todas as vicissitudes, � um caminho que deve ser aperfei�oado", disse.
(Breno Pires e Rafael Moraes Moura)