Rio, 09 - O ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) Jonas Lopes declarou, em depoimento ao juiz da 7� Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, nesta segunda-feira, 9, que ele e outros conselheiros receberam R$ 6 milh�es em propina, no ano passado, pagos por empresas que fornecem alimenta��o para pres�dios do Estado. Ele disse ainda que o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani (PMDB), sabia do esquema de corrup��o na corte.
Lopes contou tamb�m que em 2016, j� fora do governo, o ex-governador Sergio Cabral (PMDB) pediu que uma empresa do ramo aliment�cio de seu amigo Marco Antonio de Luca fosse beneficiada com contratos. Preso em junho, Luca seria chefe de um cartel de alimentos que teria lucrado R$ 8 bilh�es no governo Cabral e tamb�m na gest�o Luiz Fernando Pez�o (PMDB), atual governador, conforme investiga��es do Minist�rio P�blico Federal.
Lopes disse que foi chamado por Cabral em maio do ano passado para favorecer Luca. Na mesma �poca, ele esteve com Picciani, para tratar de mudan�as na utiliza��o de um fundo de moderniza��o do TCE, do qual se lan�ou m�o para socorrer o Estado em crise. � �poca, faltavam recursos para pagar pelas refei��es dos presos, o que gerava instabilidade no sistema. Foram liberados R$ 160 milh�es do fundo, com a contrapartida dos R$ 6 milh�es em propina.
O ex-presidente do TCE e seu filho, o advogado Jonas Lopes Neto, foram denunciados em agosto pela Procuradoria Geral da Rep�blica por corrup��o, lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro nacional e associa��o criminosa, crimes cometidos em conluio com o esquema de corrup��o atribu�do ao ex-governador. Em dela��o premiada, Lopes admitiu recebimento de propina de empreiteiras que fizeram obras de vulto no Rio.
Pai e filho prestaram depoimento nesta segunda-feira a Bretas. A Jonas Lopes Neto, o juiz questionou se havia constrangimento no fato de ambos estarem juntos no esquema. "� extremamente constrangedor", disse o advogado. "Eu estou muito arrependido disso. Inclusive foi o que nos motivou a colaborar com a Justi�a. Desfazer � imposs�vel, mas vamos tentar restabelecer o m�ximo poss�vel o que a gente fez de errado. Vamos come�ar daqui para frente uma vida nova, sem praticar nenhum tipo de il�cito."
(Roberta Pennafort)