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Estado de Minas

Doleiro confirma que ocultava dinheiro para Cabral em cinco pa�ses


postado em 09/10/2017 21:01 / atualizado em 09/10/2017 21:11

Rio, 09 - O delator Renato Chebar, doleiro que revelou o esquema de oculta��o, no exterior, de dinheiro de propina recebida pelo ex-governador do Rio Sergio Cabral (PMDB), confirmou, em depoimento ao juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, nesta segunda-feira, 9, que operava, com o irm�o, Marcelo Chebar, contas num total de US$ 100 milh�es, em bancos na Su��a, Andorra, Luxemburgo, Uruguai e Bahamas.

Os irm�os Chebar j� haviam prestado informa��es por meio de dela��o premiada. O dinheiro era depositado em diversas contas de modo a n�o se levantar suspeitas, eles explicaram. Neste domingo, os dois irm�os confirmaram que trabalharam para o peemedebista desde 2000, quando ele ainda era deputado estadual.

O volume de dinheiro il�cito movimentado foi t�o grande que os operadores tiveram de pedir ajuda a outros doleiros, ambos contaram. Um funcion�rio do escrit�rio de c�mbio deles, Vivaldo Filho, tamb�m foi ouvido por Bretas, e confirmou ter estado diversas vezes com os emiss�rios de Cabral. Um encontro se deu no meio da Avenida Niemeyer, que liga os bairros do Leblon e S�o Conrado, na zona sul do Rio.

"Quando ele se tornou governador (em 2007), o volume de neg�cios aumentou substancialmente. Eu e meu irm�o n�o t�nhamos condi��es de dar conta. Chegavam os reais � minha m�o, e minha fun��o era transform�-los em d�lar no exterior. Isso at� 2014. De 2014 at� 2016, se inverteu", disse Renato, referindo-se ao momento em que come�ou a fazer pagamentos de contas pessoais de Cabral e de sua fam�lia no Brasil.

Esses pagamentos se referiam a contas de cart�es de cr�dito, cota condominial, mensalidades escolares e do clube do Flamengo, faturas de curso de ingl�s, de floriculturas, restaurantes, grifes de terno e carn�s do INSS de funcion�rios de Cabral.

"Nosso escrit�rio �ramos meu e meu irm�o, a gente terceirizou o servi�o para dois doleiros do Uruguai, que eram o Vinicius (Claret, o "Juca Bala") e o Claudio (Barbosa) (ambos presos em mar�o). No come�o n�o fazia parte do trabalho pagar as contas. Depois a gente passou a pegar e levar dinheiro. Nunca eram R$ 10 mil, eram sempre R$ 150 mil ou R$ 200 mil. Tinha trabalho tr�s ou quatro vezes por semana", contou Marcelo.

"Em 2014, por uma quest�o emocional, eu quis sair. Eu sa� no final de 2014 e Renato ficou at� 2015, eu assumia quando ele viajava. Desde 2007 a gente vivia exclusivamente desse dinheiro de Cabral, por causa do volume. No come�o a gente s� ganhava o c�mbio, depois come�ou a cobrar para ter essa atividade, ent�o eu ganhava 1% da opera��o mensal dele", Marcelo acrescentou.

Ele n�o quis revelar qual valor recebia pessoalmente, ao ser questionado sobre seu lucro e patrim�nio pelo advogado de Cabral, Rodrigo Roca. "N�o sei que influ�ncia seu patr�o ainda tem. � minha vida particular. Prefiro n�o responder", justificou.

Renato disse que as entregas eram feitas em endere�os mandados pelos assessores de Cabral, e que o escrit�rio n�o sabia quem morava neles – os encontros eram, em geral, na portaria. "Eu n�o falava com o Cabral diretamente. A minha ponta de interlocu��o era o Carlos Miranda. Ele me passava uma planilha na segunda ou na ter�a-feira dizendo onde seriam as entregas e recep��es, e me dava o endere�o para entregar R$ 150 mil, R$ 200 mil", declarou Renato. "Quando era um volume que dava pra carregar, meu funcion�rio ia".

A partir das dela��es dos dois irm�os, j� foram repatriados cerca de US$ 103 milh�es (por volta de R$ 327 milh�es), de bancos, fundos e joias que eram de Cabral.

(Roberta Pennafort)


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