Bras�lia, 12 - Ap�s o mal-estar causado pela nota em que o PT criticou a decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastar o senador A�cio Neves (PSDB-MG) do mandato, o partido deve fechar quest�o e votar pela manuten��o das medidas cautelares aplicadas contra o tucano.
A bancada vai se reunir na pr�xima ter�a-feira, 17, data em que est� marcada a vota��o sobre o caso em plen�rio. Segundo o l�der da minoria no Senado, Humberto Costa (PT-PE), a manifesta��o do PT em rela��o a A�cio tinha um car�ter institucional, de defesa da autonomia entre os Poderes, e n�o de apoio ao tucano. Para ele, a bancada do partido, com nove senadores, deve votar unida para manter o senador tucano afastado do cargo.
"O Senado vai ter que entrar no m�rito da discuss�o. Agora n�s vamos discutir se as coisas que t�m contra o A�cio justificam, ou n�o essa recomenda��o do Supremo. Eu vou defender que n�s votemos para seguir a recomenda��o", disse.
Essa tamb�m � a posi��o da senadora F�tima Bezerra (PT-RN). "N�o d� para fingir que a gente n�o ouviu a conversa indecorosa que ele teve com Joesley Batista (dono da JBS). N�o d� para fingir que n�o houve mala de dinheiro entregue ao primo dele. Se o Senado quer o respeito do povo brasileiro, n�o d� para tampar o sol com a peneira", afirmou.
Nota
Um dia depois de o Supremo determinar o afastamento de A�cio e impor outras medidas cautelares ao tucano, o PT emitiu uma nota em que classificava como "esdr�xula" a decis�o. "A resposta da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal a este anseio de Justi�a foi uma condena��o esdr�xula, sem previs�o constitucional, que n�o pode ser aceita por um poder soberano como � o Senado Federal", dizia o texto.
A nota tamb�m afirmava que n�o existia "a figura do afastamento do mandato por determina��o judicial" e que a decis�o era "mais um sintoma da hipertrofia do Judici�rio", que vinha "se estabelecendo como um poder acima dos demais e, em alguns casos, at� mesmo acima da Constitui��o Senado Federal".
Com diversos parlamentares implicados na Lava Jato, a manifesta��o foi vista como uma maneira de marcar posi��o diante da possibilidade de algo semelhante vir a acontecer com algum petista. A presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), por exemplo, j� � r� em um inqu�rito no Supremo.
O texto, no entanto, n�o foi bem recebido pela milit�ncia do partido, que apontaram o fato de A�cio ter sido um dos principais articuladores do impeachment de Dilma Rousseff.
(Isadora Peron)