S�o Paulo, 28 - O Minist�rio P�blico Federal pediu ao juiz federal S�rgio Moro que considerasse a ex-presidente Dilma Rousseff suspeita para testemunhar como defesa do ex-presidente da Petrobras - e do Banco do Brasil - Aldemir Bendine, em processo em que � acusado de corrup��o na estatal. A justificativa � que ela teria interesse no caso e teria atacado a Opera��o Lava Jato. A petista foi ouvida pela primeira vez pelo magistrado na manh� desta sexta-feira, 27, por videoconfer�ncia.
Ao informar a ex-presidente que ela seria ouvida como testemunha, o juiz foi interrompido pelo representante da for�a-tarefa da Lava-Jato. "O Minist�rio P�blico tem interesse de consignar a contradita antes do compromisso", disse o procurador da Rep�blica Athayde Ribeiro Costa. No l�xico jur�dico, contraditar � buscar impedir ou mudar o status em que � ouvida a testemunha no processo sobre o argumento de que ela � incapaz, suspeita ou tem qualquer impedimento.
Moro entendeu n�o havia motivos para impedir seu depoimento. "Fica registrada a contradita apenas no registro dos autos, mas n�o me consta aqui que a testemunha em quest�o tenha algum interesse pessoal nessa demanda espec�fica, n�o � parte nem � acusada de qualquer fato perante esse ju�zo. Ent�o fica apenas registrada a contradita, mas vai ser tomado o compromisso da testemunha sobre o compromisso de dizer a verdade”, decidiu Moro.
A ex-presidente � alvo de investiga��es ainda n�o transformadas em apura��es ostensivas ou de den�ncia criminal. Seu nome foi citado na dela��o da Odebrecht e tamb�m � alvo de outras apura��es ainda sob sigilo. Depois do impeachment, em 2016, Dilma perdeu o foro privilegiado e os demais benef�cios que o cargo lhe dava.
A ex-presidente foi indicada pela defesa de Bendine, preso na Opera��o Cobra, desdobramento da Lava Jato deflagrada em julho. Ele � r�u por suposto recebimento de propina de R$ 3 milh�es da Odebrecht nesse caso. Ela falou durante cerca de meia hora, por meio de videoconfer�ncia.
(Ricardo Brandt e Julia Affonso)