S�o Paulo, 30 - Enquanto as principais for�as pol�ticas do Pa�s j� se movimentam objetivamente para a disputa presidencial de 2018, a Rede Sustentabilidade, partido da ex-ministra Marina Silva, terceira colocada na elei��o de 2014, enfrenta dificuldades financeiras, uma crise ideol�gica e se v� diante da amea�a de debandada de filiados.
Esse � o quadro apresentado ao jornal
O Estado de S. Paulo
por militantes, assessores e dirigentes do partido, que falaram em car�ter reservado. Ap�s ter o registro aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral em setembro de 2015, a Rede ainda tem estrutura de partido �nanico�, o que ficou evidenciado tamb�m no fraco desempenho de seus candidatos nas elei��es municipais do ano passado.
Com somente quatro deputados federais (todos eleitos por outros partidos em 2014), a legenda recebe por m�s cerca de R$ 280 mil do Fundo Partid�rio. � pouco dinheiro para custear uma estrutura nacional. Para efeito comparativo, o PT, por exemplo, com 58 deputados, recebe R$ 8,2 milh�es mensais.
O partido est� hoje sem estrutura de comunica��o, uma vez que rompeu os contratos com seus prestadores de servi�o. Entre auxiliares h� relatos de atrasos salariais.
A dificuldade em dialogar com outras legendas � outro ponto de diverg�ncia interna na Rede. O grupo de Marina reluta em formar alian�as com outras siglas para ampliar o tempo de exposi��o na TV em 2018.
Sozinha, a Rede ter� direito no ano que vem a cerca de 15 segundos em cada bloco do hor�rio eleitoral gratuito para presidente, se forem consideradas as regras previstas na legisla��o eleitoral. Setores do partido defendem a uni�o com as legendas com as quais a candidatura de Marina esteve unida em 2014: PPS, PHS, PSL e PRP. Naquela elei��o, sem conseguir o registro da Rede, a ex-ministra concorreu na chapa do PSB, primeiro como vice de Eduardo Campos e, ap�s a morte do ex-governador de Pernambuco, como presidenci�vel.
Outra ala, por�m, advoga a tese que o partido deve buscar alian�a com legendas maiores, como o DEM. Um terceiro grupo prega que a Rede enfrente sozinha as urnas.
Isolamento
Um dos principais motivos de queixa de integrantes da Rede em rela��o � Marina � o isolamento da ex-ministra. De acordo com militantes ouvidos pelo Estado, o c�rculo pr�ximo de Marina � composto pelos coordenadores executivos do partido, Bazileu Margarido e Carlos Painel, o coordenador de organiza��o, Pedro Ivo, e a ex-senadora Heloisa Helena.
Segundo integrantes da Rede ouvidos pela reportagem, Marina concentra sua interlocu��o com este chamado �n�cleo duro� e se distanciou dos parlamentares da sigla, que formaram um outro polo de poder na legenda.
Enquanto o deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ganharam protagonismo nas vota��es das den�ncias contra o presidente Michel Temer e sobre o afastamento do senador A�cio Neves (PSDB-MG), Marina se calou.
Mais recentemente integrantes do n�cleo duro da legenda passaram a apostar nas chamadas �candidaturas c�vicas� para 2018. A Rede, ao lado do PSOL, � o partido que mais tem dialogado com movimentos organizados que buscam legendas para lan�ar candidatos no ano que vem.
Por outro lado, grupos que t�m questionado a lideran�a de Marina admitem reservadamente que poder�o deixar a Rede e concorrer por outra legenda em 2018. N�o ser� a primeira vez. Por causa do apoio de Marina a A�cio Neves no segundo turno da elei��o de 2014, houve uma debandada de dirigentes e militantes antes mesmo de o partido obter o registro na Justi�a Eleitoral. No ano passado, ap�s o fraco desempenho em sua primeira disputa eleitoral - elegeu apenas seis prefeitos -, a Rede sofreu novo rev�s e um grupo de intelectuais e fundadores deixou o partido com cr�ticas a Marina.
Atualmente, segundo integrantes da Rede, Molon � um dos que tem manifestado desconforto com a postura de Marina e de seu grupo mais pr�ximo. O deputado passou a ser apontado como um dos nomes da poss�vel debandada. Por meio de sua assessoria, ele negou que esteja de sa�da do partido. Conforme militantes, o hermetismo da Rede tamb�m dificulta o crescimento org�nico do partido, que hoje conta com 18.686 filiados.
Procurada, Marina informou que n�o iria dar entrevista. (Colaboraram Daniel Bramatti e Marianna Holanda)
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Pedro Venceslau e Ricardo Galhardo)