Bras�lia, 02 - Em peti��o encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, afirmou ser "incontroverso" o repasse de R$ 500 mil da Odebrecht para o ministro das Rela��es Exteriores, Aloysio Nunes.
O documento foi juntado ao inqu�rito sob tutela do ministro Gilmar Mendes, que investiga Nunes e o seu antecessor na pasta, o senador Jos� Serra (PSDB), por suposto recebimento de vantagem indevida da empreiteira baiana. A investiga��o � um desdobramento do acordo de colabora��o da empresa com a Procuradoria Geral da Rep�blica (PGR).
"� fato incontroverso que houve o repasse de recursos para a campanha do senador Aloysio Nunes. Resta investigar a origem destes recursos e a finalidade do repasse, o que ser� elucidado na oitiva do colaborador Arnaldo Cumplido (ex-executivo da Odebrecht), a quem incumbia analisar a viabilidade do pagamento da propina, a fim de se confirmar o crime de corru��o", afirma Dodge em seu despacho.
Os R$ 500 mil teriam sido repassados pela empreiteira no ano de 2010, como forma de ajuda para a campanha eleitoral. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), n�o consta a doa��o declarada oficialmente. Um dos delatores da Odebrecht afirmou que o repasse teria sido feito por meio de duas entregas de dinheiro em esp�cie, no valor de R$ 250 mil cada.
Na peti��o de seis p�ginas, datada de 24 de outubro, Dodge pede que o inqu�rito seja desmembrado, para que Nunes e Serra sejam investigados separadamente, e solicita que o ministro seja ouvido novamente pela Pol�cia Federal para explicar quem foi a pessoa que o apresentou ao delator Carlos Armando Paschoal, ex-diretor da empreiteira em S�o Paulo.
O pedido de desmembramento, segundo Dodge, � necess�rio porque os fatos investigados n�o possuem conex�o. Enquanto Nunes foi citado como destinat�rio de dinheiro para campanha, Serra aparece em cita��es sobre pagamentos relacionados a uma obra vi�ria em S�o Paulo.
Al�m de separar os casos, Dodge pediu para que a PF interrogue o coordenador financeiro da campanha de Nunes, Rubens Rizek, para que ele responda se estava na reuni�o com o executivo na Odebrecht durante a qual foram solicitados os valores para a campanha do atual ministro.
(Fabio Serapi�o e Rafael Moraes Moura)