O superintendente regional da Pol�cia Federal, na Bahia, Daniel Madruga, afirmou nesta ter�a-feira, 7, que os tr�s prefeitos alvos de mandados de condu��o coercitiva na Opera��o Fraternos n�o haviam sido localizados at� as 10h. Segundo Daniel Madruga, a PF avalia pedir a pris�o preventiva de Cl�udia Oliveira (PSD), de Porto Seguro, Agnelo Santos (PSD), de Santa Cruz Cabr�lia, e Roberio Oliveira (PSD), de Eun�polis.
"Eles n�o estavam nas suas casas", disse o superintendente. "Os tr�s prefeitos n�o foram localizados ainda. Existe um indicativo a� de fuga, de tentar se evadir, apesar de que n�o havia sido determinada a pris�o deles. Existem mandados de condu��o coercitiva contra os tr�s prefeitos."
Daniel Madruga afirmou que se os tr�s prefeitos n�o forem localizados "nas pr�ximas horas" ou se n�o se apresentarem, requerer a pris�o preventiva � uma possibilidade.
"Ainda no dia de hoje a gente vai ainda tentar localizar. J� mantivemos contato com advogado. Caso n�o haja a apresenta��o, a gente est� estudando a possibilidade de pedir a pris�o preventiva", disse.
A Opera��o Fraternos aponta um esquema criado por prefeitos parentes entre si, respons�veis por fraudes em licita��es nas Prefeituras de Eun�polis, Santa Cruz Cabr�lia. A PF identificou que as prefeituras contratavam empresas relacionadas ao grupo familiar para fraudar licita��es, simulando a competi��o entre elas. Os contratos fraudados somam aproximadamente R$ 200 milh�es.
Segundo a investiga��o, ap�s a contrata��o, parte do dinheiro repassado pelas Prefeituras era desviado, utilizando-se de "contas de passagem" em nomes de terceiros para dificultar a identifica��o do destinat�rio final dos valores arrecadados, que, em regra, retornavam parao esquema, inclusive atrav�s repasses a empresa de um dos prefeitos investigados. Essas mesmas empresas tamb�m eram utilizadas para a lavagem do dinheiro ilicitamente desviado.
Em um dos casos investigados, foi observado que uma das empresas do esquema tinha como s�cio um ex-funcion�rio de outra empresa do grupo criminoso, que teria investido R$ 500 mil na integraliza��o do capital. Os policiais federais descobriram, no entanto, que a renda mensal do ex-funcion�rio era de apenas
R$ 800 � �poca.
Os policiais identificaram uma verdadeira "ciranda da propina" na qual as empresas dos parentes revezavam as vit�rias das licita��es para camuflar o esquema e, em muitos casos, chegavam ao extremo de repassar a totalidade do valor contratado na mesma data do recebimento a outras empresas da fam�lia.
Os investigados responder�o pelos crimes de organiza��o criminosa (Art. 2�, Lei 12.850/13), fraude � licita��o (Art. 89 e 98, Lei 8.666/93), corrup��o ativa e passiva (Arts. 317 e 333, CP) e lavagem de capitais (Art. 1�, Lei 9.613/98).
A reportagem tentou contato com as Prefeituras mas ainda n�o obteve resposta.
(Julia Affonso e Fausto Macedo)