
Depois de antecipar, ainda que a contragosto, a reforma ministerial com a sa�da de Bruno Ara�jo do Minist�rio das Cidades, o presidente Michel Temer e os l�deres governistas no Congresso deixaram claro ontem que o novo desenho da m�quina administrativa federal ser� definido pela efici�ncia ou compet�ncia dos nomes em contribuir para a aprova��o de propostas do governo, sobretudo a Previd�ncia. “� uma quest�o matem�tica. A reforma da Previd�ncia � a nossa joia da coroa”, destacou o vice-l�der do governo na C�mara, Beto Mansur (PRB-SP).
Por isso, a equa��o e o timming para essa reforma ministerial n�o s�o f�ceis. Temer est� conversando com os presidentes dos partidos e com os ministros para montar esse quadro. O caso do PSDB, por exemplo, � did�tico. Al�m de Bruno, Antonio Imbassahy, da secretaria de governo, tamb�m sofre ataque especulativo. Comenta-se que ele poderia deixar o PSDB e filiar-se ao PMDB para permanecer no posto. Interlocutores garantem que ele n�o deixar� de ser tucano e que n�o tem a menor disposi��o de entregar o cargo. Imbassahy, inclusive, � considerado da cota pessoal do presidente Temer.
Candidatos
Temer precisa tamb�m equilibrar-se com mais uma vari�vel. Ao menos 18 ministros devem se desincompatibilizar para concorrer nas elei��es de 2018. Pela legisla��o eleitoral, eles poderiam permanecer nos cargos at� abril. S� que o pr�prio Temer afirmou que n�o faz sentido fazer uma minirreforma agora e outra daqui a cinco meses. “Se eu fosse o presidente, eu definia quem entra e quem sai e comunicava para os ministros. N�o esperaria eles me dizerem o que pretendem do futuro. Deve ser por essa paci�ncia e habilidade que ele est� no Planalto e eu s� estou na C�mara”, brincou um aliado ansioso.
A se analisar o alvoro�o provocado pela primeira baixa na Esplanada – a sa�da do tucano Bruno Ara�jo do cargo de ministro das Cidades – os pr�ximos dias ser�o realmente agitados. A cadeira nem estava fria e o PP j� se apresentava como candidato � pasta, que comandou ao longo de praticamente toda a gest�o petista.
Os dois nomes apresentados foram do atual l�der do governo, Aguinaldo Ribeiro (PB), e do presidente da Caixa Econ�mica Federal, Gilberto Occhi. Ambos j� passaram pelo posto, mas o nome do segundo ganhou mais for�a, j� que Aguinaldo quer concorrer � reelei��o como deputado no ano que vem.
“Tive uma conversa com o presidente Michel Temer, que est� consultando todos os presidentes de partido, para tratar de uma reforma ministerial mais ampla, com mudan�as em rela��o aos ministros que ser�o candidatos, mas ainda n�o h� nada definido. Tudo, por enquanto, � especula��o. Nenhum cargo foi oferecido ao partido”, afirmou o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI). Ele disse que, caso haja algum convite, consultar� a c�pula partid�ria para indicar o melhor nome.
O PP j� sinalizou que, se emplacar o sucessor de Cidades, aceita rifar Ricardo Barros — que ser� candidato no ano que vem — do Minist�rio da Sa�de. O problema � que a pasta que abrigava Bruno Ara�jo tem or�amento e capilaridade, fechando conv�nios com governos estaduais e prefeituras, uma mina de ouro em ano eleitoral. O PR e o PMDB tamb�m se assanharam para assumir o cargo.
“At� o momento, o presidente Temer n�o marcou nenhuma conversa comigo”, garantiu, por interm�dio de sua assessoria, o presidente nacional do PR, Valdemar Costa Neto. O partido que ele dirige comanda outra pasta cobi�ada: Transportes. “Mas quem n�o quer Cidades?”, indicou um aliado de Valdemar.
Espa�o
O PMDB tamb�m se movimenta para ocupar o espa�o vago. H� tr�s meses, o Correio publicou que o partido queria indicar o vice-l�der Carlos Marun para o lugar de Bruno Ara�jo. “Mas eu quero ser candidato � reelei��o, o que me tiraria do p�reo”, desconversou. Em rodas informais, contudo, Marun tem dito que tem curr�culo e capacidade para assumir o Minist�rio, ap�s ser secret�rio municipal e estadual de Habita��o, al�m de integrante do Conselho das Cidades.
A exonera��o de Bruno Ara�jo causou ainda uma tremenda saia justa dentro do pr�prio PSDB. Ap�s a conven��o estadual mineira de s�bado, quando o senador A�cio Neves (MG) anunciou que o partido sairia pela porta da frente, a sinaliza��o � de que todos entregariam os cargos ao mesmo tempo. Sem avisar ningu�m, Bruno antecipou-se e criou um constrangimento generalizado no partido.
O tamanho da lealdade
Como tem votado cada partido de fevereiro at� agora
PMDB
Bancada - 60
Fidelidade - 64%
PSDB
Bancada - 46
Fidelidade - 65,82%
PP
Bancada - 45
Fidelidade - 60%
PSD
Bancada - 38
Fidelidade - 62,5%
PR
Bancada - 37
Fidelidade - 59,5%
Pros
Bancada - 6
Fidelidade - 55%
DEM
Bancada - 29
Fidelidade - 61%
PRB
Bancada - 22
Fidelidade - 57,5%
PTB
Bancada - 16
Fidelidade - 60,5%
Solidariedade
Bancada - 14
Fidelidade - 59,5%
PSC
Bancada - 11
Fidelidade - 60,5%
PPS
Bancada - 9
Fidelidade - 62,5%
Fonte: Arko Advice