
Bras�lia - Um dia depois de o Tribunal Regional Federal da 4.ª Regi�o (TRF-4) marcar o julgamento do recurso de Luiz In�cio Lula da Silva para 24 de janeiro, o PT passou a reavaliar o cen�rio envolvendo a candidatura do ex-presidente. A legenda viu aumentar as chances de condena��o de Lula na Corte de apela��o, o que pode torn�-lo ineleg�vel.
Para o partido, a possibilidade mais concreta de Lula ser candidato � recorrendo a inst�ncias como o Superior Tribunal de Justi�a (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF). Por enquanto n�o se fala no PT em substituir Lula por outro candidato.
No entanto, alguns dirigentes lembram que, se h� um ponto positivo no calend�rio do TRF-4, � o fato de o julgamento ter in�cio oito meses antes da elei��o. Com isso, haveria tempo para o partido construir um "plano B", que pode ser o ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad ou o ex-governador da Bahia Jaques Wagner.
Se o TRF-4 confirmar a condena��o aplicada em julho pelo juiz S�rgio Moro - de 9 anos e 6 meses de pris�o, por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guaruj� (SP) -, Lula poder� ser enquadrado nos crit�rios da Lei da Ficha Limpa. O PT, que foi pego de surpresa com a data do julgamento no TRF, aposta em uma "guerra" na Justi�a para manter seu candidato no p�reo. O partido esperava para mar�o a an�lise do caso.
Nesta quarta-feira, 13, em evento em Bras�lia, Lula disse que n�o quer se "esconder" atr�s de uma candidatura ao Pal�cio do Planalto para evitar ser preso e anunciou a inten��o de ir "at� as �ltimas consequ�ncias" para se defender. O petista tamb�m intensificou a pr�-campanha e as cr�ticas � Pol�cia Federal, ao Minist�rio P�blico Federal e ao Judici�rio.
A estrat�gia do PT � investir na imagem de Lula como "perseguido pol�tico". Nos tr�s atos dos quais participou na capital, o ex-presidente insistiu no discurso de que tudo est� sendo feito por PF, Judici�rio e MPF para tir�-lo da disputa eleitoral em 2018. O petista e seus aliados v�o insistir na tese de que ele � inocente.
"N�o quero que voc�s tenham um candidato a presidente que esteja escondido na sua candidatura porque ele � culpado e n�o quer ser preso. Quero ser inocentado para poder ser candidato", disse o ex-presidente, em reuni�o com as bancadas do PT da C�mara e do Senado.
Mais tarde, em um evento com catadores do Distrito Federal, o ex-presidente disse que, se estivesse tudo bem no Pa�s, n�o precisaria se lan�ar � Presid�ncia. O petista afirmou, por�m, que n�o faria coment�rios sobre o agendamento de seu julgamento. "Sempre critiquei a Justi�a morosa. Agora que eles apressaram, eu n�o vou criticar."
� noite, ele subiu em um palanque montado na rua, na frente do teatro do Sindicato dos Banc�rios, e discursou como candidato. "Sendo candidato ou n�o sendo candidato, eles v�o ter de nos engolir", disse Lula. O ex-presidente criticou tamb�m os acordos de colabora��o e afirmou que h� "malandro fazendo dela��o premiada com tornozeleira" e mantendo seu dinheiro.
'Revolta'
Condenado pela Justi�a, mas em liberdade provis�ria, o ex-ministro Jos� Dirceu conclamou os militantes a transformar o dia 24 de janeiro em "dia da revolta". "A hora � de a��o, n�o de palavras. De transformar a f�ria, a revolta, a indigna��o e mesmo o �dio em energia, para a luta e o combate. Todos em Porto Alegre no dia 24, o dia da revolta. � hora de denunciar, desmascarar e combater a fraude jur�dica e o golpe pol�tico", escreveu ele.
Segundo o ex-ministro da Justi�a Tarso Genro, h� tempo para o PT buscar alternativas. "Se Lula for impedido, o que � uma possibilidade viva na situa��o atual, o PT deve lan�ar outro candidato ou apoiar um candidato que consiga unificar o campo da esquerda e da centro-esquerda."
Nesse cen�rio, embora Haddad seja considerado o mais cotado para substituir Lula, a ordem no partido � n�o falar em alternativa. Al�m disso, o ex-prefeito paulistano enfrenta resist�ncias internas. Wagner, atual secret�rio de Desenvolvimento Econ�mico da Bahia, resiste a uma candidatura ao Planalto. O ex-governador e ex-ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff foi citado por delatores da Odebrecht e da OAS. Ele nega as acusa��es. Tanto Wagner como Haddad preparam candidaturas para o Senado.