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Estado de Minas

Mendes diz que homologar dela��o de Joesley foi 'grande erro'; Barroso rebate


postado em 19/12/2017 13:13

Bras�lia, 19 - Os ministros Lu�s Roberto Barroso e Gilmar Mendes voltaram a se enfrentar no plen�rio do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta ter�a-feira, 19, durante sess�o de julgamento que discute a extens�o da imunidade presidencial e o desmembramento das investiga��es do "quadrilh�o do PMDB da C�mara".

Enquanto o ministro Dias Toffoli fazia a leitura do voto, Gilmar Mendes o interrompeu para criticar a homologa��o da dela��o premiada do empres�rio Joesley Batista.

"N�s aqui referendamos a dela��o de Joesley naquela �poca. J� se sabia que era chefe de quadrilha, 'ah mas vamos fazer assim porque o doutor Janot quer'. Referendamos (homologa��o da dela��o da JBS). Grande erro. Caso grave de erro", criticou Mendes, em refer�ncia ao acordo de colabora��o firmado pelo ent�o procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot.

"Populismo judicial � respons�vel por esse tipo de assanhamento. A hist�ria n�o vai nos poupar. Se continuarmos com a covardia com que tratamos os temas, o tribunal vai ser cobrado. Isso � vexaminoso, � ruim. O que � o peso de um trabalho mal feito? Trabalho precipitado, sem an�lise, causa esse tipo de coisa, de constrangimento", completou o ministro, dizendo que o epis�dio provocou um "vexame institucional".

Trag�dia

Sem se dirigir diretamente a Gilmar Mendes, Barroso aproveitou a sess�o para logo em seguida rebater as afirma��es do colega.

"Eu ouvi o �udio, 'Tem que manter isso a�, viu'. Eu vi a mala de dinheiro, eu vi a corridinha na televis�o. Tudo documentado", afirmou Barroso, em refer�ncia �s filmagens que mostram o ex-deputado federal e ex-assessor especial da Presid�ncia da Rep�blica Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) carregando uma mala de dinheiro.

"N�s vivemos uma trag�dia brasileira, uma trag�dia da corrup��o que se espalhou de alto a baixo. � a cultura de desonestidade em que todo mundo quer levar vantagem", criticou Barroso.

Para o ministro, h� "diferentes vis�es da vida e do Pa�s", mas n�o h� "uma investiga��o irrespons�vel".

"H� um Pa�s que se perdeu pelo caminho, naturalizou as coisas erradas e temos o dever de enfrentar isso. E de fazer um novo Pa�s, ensinar as novas gera��es de que vale a pena ser honesto, sem vingadores mascarados, sem achar que ricos criminosos t�m imunidade", ressaltou.

Em outubro deste ano, Barroso e Gilmar trocaram duras acusa��es durante a sess�o plen�ria da Suprema Corte. Naquela sess�o, Barroso disse que Gilmar "vai mudando a jurisprud�ncia de acordo com o r�u" e que promove n�o o Estado de Direito, mas um "Estado de compadrio". Tamb�m afirmou que o colega tem "leni�ncia em rela��o � criminalidade de colarinho branco"

Gilmar Mendes, por sua vez, atribuiu naquela sess�o ao colega a pecha de fazer "populismo com pris�es". Gilmar disse que Barroso soltou Jos� Dirceu no mensal�o e ironizou o fato de o ministro ter defendido "bandido internacional" - em refer�ncia indireta ao caso do italiano Cesare Battisti, de quem Barroso foi advogado antes de integrar a Corte.

Conciliador

O debate desta segunda-feira, na �ltima sess�o plen�ria do STF neste ano, concentrou-se no campo das ideias e n�o nos ataques pessoais. Ao final das pondera��es de Barroso, a presidente da Corte, ministra C�rmen L�cia, tentou adotar um tom conciliador.

"Toda corrup��o tem de ser punida porque � crime. O Supremo tem compromisso com a Constitui��o e a �tica constitucional. Ningu�m quer um Brasil e uma pol�tica corruptos e se quiser, n�o ser� de forma alguma aceito", disse a presidente da Corte.

(Rafael Moraes Moura e Amanda Pupo)


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