Na PF, Maluf deve encontrar Joesley

S�o Paulo, 20 - O deputado Paulo Maluf (PP-SP) deve encontrar na carceragem da Pol�cia Federal, em S�o Paulo, os empres�rios Joesley e Wesley Batista. Os executivos da JBS est�o custodiados na sede da PF, na capital paulista, desde setembro, na mesma ala para onde foi levado o ex-prefeito de S�o Paulo. Condenado a 7 anos, 9 meses e dez dias por lavagem de dinheiro, Maluf entregou-se nesta quarta-feira, 20, � PF.

Em julho, Maluf criticou Joesley por causa da grava��o que o empres�rio fez de uma conversa com o presidente Michel Temer (PMDB), no Pal�cio do Jaburu, na noite de 7 de mar�o. O di�logo amparou o cerco do ex-procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot contra o peemedebista.

O deputado afirmou que Joesley "induziu conversa (com o presidente) em que n�o teve absolutamente nenhum tipo de crime". Maluf descreveu Temer, na ocasi�o, como "um homem honesto, probo, correto e decente".

"Temer � v�tima de um compl�, pois os criminosos n�o est�o no Pal�cio, s�o aqueles que assaltaram a Na��o e compraram frigor�ficos do mundo inteiro com dinheiro do Brasil", afirmou, na �poca, sobre os donos da JBS.

A cela da carceragem da PF tem cerca de 12 m�. Na parte da frente h� uma beliche, uma mesa e um banco. Nos fundos, um vaso e um chuveiro, um de frente para o outro.

Maluf se entregou � PF na manh� desta quarta-feira, 20, ap�s decis�o do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que mandou prend�-lo. O parlamentar estava acompanhado de quatro advogados ao se apresentar.

O deputado, de 86 anos, deixou a PF em um carro preto descaracterizado por volta das 11h para fazer exame de corpo de delito no Instituto M�dico Legal, na Vila Leopoldina, zona oeste de S�o Paulo.

Cerca de uma hora depois, Maluf voltou � PF, onde seria encaminhado � carceragem. Como cumpre pena por condena��o, a legisla��o estabelece que o deputado seja mandado para uma pris�o estadual.

O pedido deve ser feito pela Pol�cia Federal � Secretaria de Administra��o Penitenci�ria (SAP), que fica respons�vel por achar uma vaga no sistema prisional do Estado.

Maluf foi acusado de lavagem de dinheiro em movimenta��es banc�rias de US$ 15 milh�es entre 1998 e 2006 em contas na Ilha de Jersey, para�so fiscal localizado no Canal da Mancha.

O deputado e ex-prefeito de S�o Paulo (1993-1996) foi condenado pela 1� Turma do Supremo Tribunal Federal. A condena��o foi imposta a Maluf no dia 23 de maio, mas ainda estava sob pend�ncia de embargos infringentes na a��o penal 863.

Nesta ter�a, 19, Fachin argumentou que o plen�rio do STF, ao julgar uma quest�o de ordem no processo do mensal�o, firmou o entendimento de que cabe ao relator da a��o penal origin�ria analisar monocraticamente a admissibilidade dos embargos infringentes opostos em face de decis�es condenat�rias.

"O presente caso demanda solu��o id�ntica. A manifesta inadmissibilidade dos embargos infringentes ora opostos, na esteira da jurisprud�ncia desta Suprema Corte, revela seu car�ter meramente protelat�rio, raz�o por que n�o impede o imediato cumprimento da decis�o condenat�ria", pontuou Fachin.

No of�cio ao juiz da Vara de Execu��o Penal do Distrito Federal, Fachin destacou: "Informo que o mandado de pris�o, cuja expedi��o foi determinada na referida decis�o, foi encaminhado � Pol�cia Federal para cumprimento".

A defesa de Maluf afirma que o deputado est� doente. Os advogados v�o entregar � Justi�a na tarde desta quarta, laudos m�dicos que comprovariam uma luta do ex-prefeito de S�o Paulo contra um c�ncer. Os documentos, segundo os advogados de Maluf, atestam que ele fez recentemente quimioterapia.

Os atestados v�o refor�ar o pedido da defesa para que Maluf permane�a em S�o Paulo, onde reside. A defesa vai pedir � Vara de Execu��o Penal do Distrito Federal que d� a Maluf a pris�o domiciliar por causa de seu estado de sa�de. Em 1997, Maluf submeteu-se a uma cirurgia de c�ncer na pr�stata. A defesa n�o informou detalhes sobre o tratamento atual, realizado no Hospital S�rio-Liban�s.

(Julia Affonso)