Bras�lia, 21 - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a decis�o sobre uma eventual candidatura � Presid�ncia da Rep�blica em 2018, pelo PSD, levar� em conta aspectos "pessoais". Apesar disso, o ministro j� tem elencado os fatores pol�ticos que podem pesar em sua decis�o, que deve ser anunciada somente em mar�o do ano que vem.
"Come�arei com decis�o pessoal: se estou disposto ou n�o a entrar nesse processo eleitoral. Depois viriam quest�es pol�ticas, partid�rias, coliga��es e tempo de TV", explicou antes de citar a influ�ncia das pesquisas de inten��o de voto. "Sobre pesquisas, n�o estou pensando agora em tomar decis�o e em qual � o crit�rio. O crit�rio n�o � 'vou ser candidato se passar da porcentagem tal'. Se fosse assim, eu j� teria tomado uma decis�o, o que n�o � o caso", justificou.
Meirelles foi questionado sobre como seria sua postura em rela��o ao governo Michel Temer em uma eventual campanha eleitoral. Segundo o ministro, caso ele decida mesmo se candidatar, far� uma defesa enf�tica da gest�o peemedebista. "Nos meus tu�tes de hoje, j� existe defesa expl�cita do governo Temer. � um governo do qual fa�o parte e que teve coragem de fazer todas as reformas", argumentou.
O ministro tamb�m teve de responder questionamentos sobre o fato de n�o ter mencionado, no programa partid�rio do PSD, que ser� exibido nesta quinta em cadeia de r�dio e televis�o, sua participa��o no governo Lula. Meirelles foi presidente do Banco Central durante os dois mandatos do petista. Apesar disso, na inser��o comercial de seu partido, o ministro faz, inclusive, cr�ticas �s gest�es petistas sem mencionar nominalmente a legenda ou o ex-presidente.
"� um programa partid�rio, falei da minha carreira. N�o � algo para falar de membros de outros partidos. N�o falei de Lula, assim como n�o caberia falar de FHC", explicou. Em entrevista � R�dio Estad�o, recentemente, Meirelles chegou a dizer que seria melhor para o debate pol�tica ter Lula como candidato em 2018.
Meirelles disse n�o considerar a possibilidade de ser candidato a vice-presidente da Rep�blica em 2018. A negativa foi dada ap�s questionamento sobre a possibilidade de o pol�tico compor chapa com outro eventual candidato. "N�o considero essa possibilidade", resumiu. O presidente Michel Temer ainda n�o descartou oficialmente se disputar� a reelei��o no ano que vem.
Temer
Mesmo com a elevada rejei��o ao governo do presidente Michel Temer, Meirelles disse nesta quinta-feira, 21, acreditar que Temer seria um bom cabo eleitoral em uma eventual campanha sua para concorrer ao Pal�cio do Planalto. Em coletiva na sede do PSD, partido ao qual ele � filiado, Meirelles afirmou que "est� claro" que os �ndices de aprova��o do governo come�am a melhorar e que a recupera��o da economia ajudar� ainda mais nesse sentido.
"Acredito que sim (Temer � bom cabo eleitoral), talvez n�o hoje, mas certamente em 2018. Com a recupera��o da economia, os �ndices de aprova��o do governo v�o mudar muito", afirmou Meirelles.
O governo revisou recentemente sua proje��o para o crescimento em 2018, elevando de 2% para 3%. Ele admitiu que a vota��o da reforma da Previd�ncia poder� ter efeito, mas essas estimativas s�o muito "imprecisas", segundo o ministro. "Se efeito (de uma n�o aprova��o) for muito negativo, o PIB pode cair mais do que esperamos. Se for aprovada, dizer que vai crescer 3,25% em 2018 � muito impreciso. Por que n�o 4%?", disse, emendando um sorriso.
"Independentemente de 2018, o efeito positivo da aprova��o da reforma da Previd�ncia para os anos seguintes � muito forte", afirmou o ministro.
Reelei��o
Meirelles disse ainda que Temer est� certo em n�o descartar uma candidatura � reelei��o em 2018, mas se esquivou de responder sobre como seria uma virtual disputa entre o presidente e seu ministro na campanha eleitoral do ano que vem.
"A resposta do presidente � absolutamente correta (sobre n�o descartar candidatura � reelei��o). Mas isso n�o influencia em nada, na medida em que nem tomei decis�o (sobre concorrer ou n�o)", disse Meirelles na entrevista coletiva no PSD, partido ao qual � filiado.
Se algu�m do governo resolver se candidatar, seja o pr�prio ministro, Temer, ou aliados, a avalia��o de Meirelles � que isso n�o vai influenciar as vota��es no Congresso Nacional. O governo ainda pretende ver aprovada a reforma da Previd�ncia e medidas de ajuste fiscal para fechar as contas em 2018. "O per�odo eleitoral se aproxima e debate � absolutamente leg�timo", afirmou.
O ministro reiterou que vai tomar sua decis�o sobre a candidatura entre o fim de mar�o e in�cio de abril do ano que vem. "Est� tudo de acordo com previsto", afirmou.
Meirelles deixou a coletiva do PSD desejando feliz Natal, um ano-novo de "celebra��o e de esperan�a", com crescimento forte da economia. O ministro saiu sorridente, fazendo acenos e sinal de positivo com a m�o.
(Renan Truffi e Idiana Tomazelli)