Doleiros que operavam contas de Cabral no Uruguai s�o extraditados para o Brasil

Dois doleiros que operavam contas ligadas ao ex-governador S�rgio Cabral (PMDB) no Uruguai foram extraditados nesta quinta-feira, 28, para o Brasil. Vin�cius Claret, conhecido com "Juca Bala", e Cl�udio Souza, ou "Tony" ou "Peter", foram presos em 3 de mar�o no Uruguai e, logo em seguida, denunciados pelo Minist�rio P�blico Federal no Rio por evas�o de divisas, corrup��o passiva, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa. Eles j� est�o na Cadeia de Benfica, zona Norte do Rio.

A extradi��o dos doleiros � a primeira no �mbito das investiga��es da Opera��o Lava Jato e foi intermediada pela Secretaria de Coopera��o Internacional da Procuradoria Geral da Rep�blica.

"A pris�o e extradi��o dos operadores financeiros mostra como as normas anticorrup��o e as coopera��es internacionais entre Estados est�o se fortalecendo na Am�rica Latina", afirma o procurador da Rep�blica Eduardo El Hage, coordenador da for�a tarefa da Lava Jato no Rio.

"Juca Bala" e "Tony" s�o apontados como operadores financeiros da organiza��o criminosa supostamente chefiada por S�rgio Cabral.

De acordo com a den�ncia da Lava Jato no Rio, em mar�o deste ano, entre 2003 e 2015, Claret e Souza promoveram a sa�da de ao menos US$ 85.383.233,61 em recursos da organiza��o criminosa para contas nos Estados Unidos, Bahamas, Su��a, Luxemburgo, Holanda e M�naco.

Conforme revelado na Opera��o Efici�ncia, o ex-governador "se valeu dos doleiros Renato e Marcelo Chebar para enviar o dinheiro da propina que recebeu no Brasil para contas banc�rias no exterior, por meio de opera��es d�lar-cabo, e manter os valores l� depositados sem a devida declara��o � reparti��o federal competente".

"No entanto, a partir de 2007 o volume de propina recebida come�ou a ficar t�o grande que os referidos doleiros n�o conseguiram mais encontrar pessoas no Brasil para fazer as opera��es fragmentadas de d�lar cabo (entrega de reais no Brasil para que fossem creditados recursos no exterior)", afirma o Minist�rio P�blico Federal.

"Dessa forma, os irm�os Chebar passam a contratar os servi�os de outros dois doleiros Vin�cius Claret ("Juca") e Claudio Souza ("Tony/Peter"), que possu�am maior porte e estrutura para as opera��es", destaca a den�ncia.

As investiga��es tamb�m revelaram que Claret e Souza "tinham contato estreito com a Odebrecht, o que lhes facilitava receber para o grupo criminoso as propinas provenientes da empresa".

Claret e Souza ficar�o custodiados Cadeia P�blica Jos� Frederico Marques, em Benfica, j� que h� medida cautelar no Brasil de pris�o preventiva.