S�o Paulo, 31 - A for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato pediu ao juiz federal S�rgio Moro que a Pol�cia Federal investigue as novas revela��es do empreiteiro Gerson de Melo Almada, ligado � Engevix. A manifesta��o do Minist�rio P�blico Federal foi protocolada no dia 19 de dezembro. Em depoimento prestado em julho deste ano, com sigilo levantado em 1� de dezembro, Almada disse saber de uma suposta conta em Madri, administrada pelo lobista Milton Pascowitch, abastecida por propinas de contratos da Petrobras. Os benefici�rios da conta seriam o ex-presidente Luiz In�cio Lula e o ex-ministro Jos� Dirceu.
O depoimento do empreiteiro foi anexado � den�ncia do Minist�rio P�blico Federal sobre propinas de R$ 2,4 milh�es das empreiteiras Engevix e UTC para Dirceu (ministro da Casa Civil do governo Lula). O petista teria recebido os valores durante e depois do julgamento do mensal�o - a��o penal em que Dirceu foi condenado a 7 anos e onze meses.
Gerson Almada declarou ter feito contratos "dissimulados" com o fim de pagar supostas vantagens indevidas a Dirceu. No mesmo depoimento, Almada confessou que firmou "contratos dissimulados" com a empresa de comunica��o Entrelinhas com o fim de pagar propinas a Dirceu.
O empreiteiro afirmou que "o objeto dos contratos, anexados aos autos, nunca foi prestado � Engevix e que, mediante o fornecimento das notas fiscais pela Entrelinhas, a empreiteira pagou de 2011 a 2012, o valor de R$ 900 mil".
Na manifesta��o enviada em 19 de dezembro, o Minist�rio P�blico Federal afirmou que as novas declara��es de Gerson Almada "n�o possuem o cond�o de desconstruir a narrativa edificada na den�ncia".
"Ao contr�rio, em verdade, no que respeita ao presente feito, as circunst�ncias por ele apresentadas apenas corroboram os fatos narrados na exordial acusat�ria, os quais, oportunamente, ser�o devidamente demonstrados de forma cabal no decorrer da instru��o criminal", anotou a for�a-tarefa.
"Especificamente quanto aos novos fatos trazidos por Gerson Almada, requer este �rg�o ministerial seja o Departamento de Pol�cia Federal intimado a fim de que proceda � instaura��o de inqu�rito policial para a sua apura��o, instruindo-o, desde logo, com os depoimentos e documentos trazidos pelo representante da Engevix, assim como pela declara��o de Milton Pascowitch ora encartada aos autos", solicitou a Procuradoria da Rep�blica, no Paran�.
Defesas
Quando as informa��es sobre as novas declara��es de Almada foram publicadas pelo jornal
O Estado de S. Paulo
, no in�cio de dezembro, os citados se manifestaram desta forma:
"Essa � mais uma pe�a de fic��o que integra o sistema de dela��es premiadas a 'la carte' que vem se tornando uma marca da Opera��o Lava Jato. Para obter benef�cios, r�us confessos precisam se referir a pessoas preestabelecidas pelos integrantes da opera��o, em especial, o ex-Presidente Lula. Lula. jamais recebeu qualquer valor indevido da Engevix ou de qualquer outra empresa e empres�rio. O pr�prio depoente reconheceu que n�o tem qualquer prova contra o ex-Presidente, deixando evidente que a refer�ncia ao seu nome foi artificialmente constru�da para que a sua dela��o fosse aceita � mantida", disse o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula.
O advogado Roberto Podval, que defende Jos� Dirceu, se manifestou da seguinte forma: "Vou ter acesso ao depoimento ainda, mas, se for verdade, a colabora��o de Milton Pascowitch deve ser revista".
"Nenhum sentido. Em seu pr�prio depoimento, Almada afirma n�o ter prova do que diz", disse, por sua vez, o advogado Th�o Dias, defensor de Pascowitch.
A reportagem est� tentando contato com a Entrelinhas. O espa�o est� aberto para manifesta��o da empresa de comunica��o.
(Julia Affonso, Luiz Vassallo e Ricardo Brandt)
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MP pede inqu�rito sobre conta de propinas atribu�da a Dirceu e Lula na Espanha
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