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Estado de Minas

'Alckmin precisa provar que consegue unir o centro', diz FHC


postado em 02/01/2018 07:37

S�o Paulo, 02 - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que o governador Geraldo Alckmin ainda precisa provar ser capaz de aglutinar o centro do espectro pol�tico e de �transmitir uma mensagem� aos brasileiros para se viabilizar como candidato do PSDB e de seus aliados ao Pal�cio do Planalto neste ano.

FHC foi enf�tico ao defender Alckmin, mas avaliou que, caso ele n�o cumpra essas tarefas, os tucanos podem apoiar outro nome para evitar a fragmenta��o do centro, hoje reunido em torno das bandeiras do governo. �Se houver algu�m com mais capacidade de juntar, que prove essa capacidade e que tenha princ�pios pr�ximos aos nossos, temos que apoiar essa pessoa.�

A seguir os principais pontos da entrevista:

O senhor tem algum temor em rela��o a 2018? Est� entre os pessimistas ou otimistas?

Tenho, mas estou no intermedi�rio. Do ponto de vista econ�mico, estamos come�ando a ter um bom momento no mundo. O mundo conta sempre. H� o momento em que o ciclo � ascendente. Isso ajuda. N�s aqui demos alguns sinais de melhoria. Se tivermos condi��o de eleger algu�m confi�vel ao Pa�s, tem possibilidade de um certo avan�o no Brasil. Nesse lado sou otimista. O meu temor � que n�o se consiga organizar o centro. � preciso que haja lideran�as capazes de organizar. H� o perigo de que um demagogo d� sensa��o �s pessoas de que v�o influenciar a favor dos que mais precisam. Mas acredito que d� tempo de organizar o centro.

O sr. inclui o ex-presidente Lula nesta lista de demagogos?

O Lula mesmo se declarou uma metamorfose ambulante. Ele � extremamente sens�vel aos est�mulos do momento. Sabe se posicionar definindo o inimigo. Esse inimigo varia, de acordo com o momento. O que ele tem n�o � demagogia no sentido banal, mas a capacidade de explicar. � muito importante em uma sociedade de massa que o l�der fale. A sociedade nem sempre quer ouvir, mas agora est� aberta porque est� perplexa. � preciso que algu�m toque nas cordas sens�veis � popula��o. O Lula toca de ouvido. O candidato sem capacidade de express�o tem dificuldade de se firmar, ainda que esteja certo. Eu n�o conhe�o o Bolsonaro. Ele era deputado no meu tempo e n�o tinha uma express�o maior. Queria me fuzilar, mas nunca dei aten��o. N�o sei o que ele pensa sobre qualquer tema. N�o sei se ele � capaz de expressar o que pensa sobre qualquer tema. �s vezes a pessoa, mesmo sem ter a capacidade de expressar, simboliza.

O sr. acha poss�vel em 2018 termos uma candidatura do Planalto e outra do PSDB, com outros partidos apoiando Alckmin?

� poss�vel, mas n�o desej�vel. Chegamos em um ponto em que � preciso unir, colar. Est� tudo muito desagregado. No mundo contempor�neo voc� consegue muito mais essa colagem pela mensagem do que qualquer outro fator, para o bem ou para o mal. Veja o que aconteceu nos Estados Unidos: o (presidente Donald) Trump colou l�. Na Fran�a, o (presidente Emannuel) Macron tamb�m. Cada um de um jeito, com orienta��o diferente. Por mais que exista comunica��o entre as pessoas, � necess�rio que algu�m lidere e seja capaz de emitir uma mensagem.

Qual � a mensagem?

Esse � o ponto. O partido que tiver uma mensagem que pegue no povo. N�o � tanto a mensagem, mas como ela � emitida. No nosso caso, o que � necess�rio � ter um novo sentimento de coes�o nacional. N�o d� para levar um Pa�s de 200 milh�es de habitantes na base de fracionar e destilar uma situa��o de radicaliza��o, como aparentemente est� se formando. Quem tiver uma mensagem mais abrangente tem mais chance. As pessoas querem emprego, seguran�a - que � um tema que n�o estava na pauta eleitoral, mas hoje est� - e as quest�es b�sicas. A mais b�sica da agenda do Estado � a educa��o. N�o h� emprego poss�vel sem educa��o. Do ponto de vista da agenda das pessoas, h� tamb�m o transporte e a sa�de.

O sr. disse que o pior cen�rio seria o centro se fragmentar. Se chegar l� na frente e n�o acontecer um acordo, se o governo insistir em lan�ar um candidato, qual deve ser a posi��o do PSDB: manter uma candidatura que mantenha esses valores ou sucumbir e apoiar outra?

Tem que manter a candidatura, mas tem que ter efeito no voto.

Viabilidade eleitoral?

Isso. Se n�o vai para a academia. Quem entra na pol�tica sai da �rea de conforto. Tem que ter capacidade de juntar pessoas com opini�es diferentes. Se houver algu�m com mais capacidade de juntar, que prove essa capacidade e que tenha princ�pios pr�ximos aos nossos, tem que apoiar essa pessoa. N�o vejo quem seja.

Ent�o n�o necessariamente o candidato do centro tem que ser do PSDB?

Tem que ter um. Espero que esse (candidato) tenha capacidade de aglutinar. Se houver outro que aglutine, vai fazer o qu�? Veja o que houve no Rio: ficou entre (Marcelo) Crivella (atual prefeito pelo PRB) e (Marcelo) Freixo (deputado estadual pelo PSOL que perdeu para Crivella na disputa municipal).

(Alberto Bombig e Pedro Venceslau)


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