Bras�lia, 11 - O presidente da Rep�blica, Michel Temer, embarcou nesta quinta-feira, 11, para S�o Paulo, onde passar� por consulta com o urologista Miguel Srougi, para uma reavalia��o de seu quadro cl�nico depois de ser submetido a uma cirurgia para desobstru��o do canal urin�rio e uso de sonda por algumas semanas. Temer tamb�m deve ter um encontro com seu advogado Antonio Claudio Mariz. A previs�o � que o presidente permane�a pelo menos at� a sexta-feira na capital paulista.
Pela manh�, Temer recebeu no Pal�cio do Planalto a ministra-chefe da Advocacia-Geral da Uni�o (AGU), Grace Mendon�a, que estava de f�rias, mas retornou e agora desenha a estrat�gia do governo para recorrer da decis�o judicial que impede a posse da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho.
Depois que a posse de Cristiane foi barrada por uma decis�o de primeira inst�ncia, Temer conversou com a deputada, com o presidente do PTB, Roberto Jefferson, e tamb�m com o l�der do PTB, Jovair Arantes, e se comprometeu a lutar para manter sua prerrogativa de indica��o ao cargo no Supremo Tribunal Federal (STF).
Depois disso, por�m, auxiliado por conselheiros jur�dicos, o governo preferiu recorrer com um agravo no pr�prio TRF, que foi indeferido na quarta � noite. Agora, segundo fontes, al�m da possibilidade de efetivamente entrar com um recurso no Supremo, est� sendo avaliado um poss�vel recurso ao Superior Tribunal da Justi�a (STJ).
Interlocutores do presidente garantem que o governo n�o trabalha com a substitui��o do nome de Cristiane e lembram que essa decis�o teria que vir do PTB. A ordem � n�o criar problemas com o partido liderado pelo pai da deputada, Roberto Jefferson, delator do mensal�o. Al�m disso, dizem que o presidente vai defender judicialmente a prerrogativa de nomear ministros e n�o pretende abrir precedente para uma "inger�ncia institucional".
Em entrevista a Eliane Cantanh�de, do jornal O Estado de S. Paulo, Temer criticou a decis�o do juiz que barrou a posse e disse que o fato de ela ter sido condenada a pagar R$ 60 mil por d�vidas trabalhistas "n�o justifica que ela n�o tome posse". "Como um juiz de primeira inst�ncia derruba uma decis�o privativa do presidente da Rep�blica?", questionou. A a��o popular que culminou com a liminar que barra a sua posse tem como argumento o fato de que seria uma afronta � "moralidade administrativa" nomear para o Minist�rio do Trabalho uma pessoa condenada em reclama��es trabalhistas.
No per�odo da manh� desta quinta, o presidente despachou ainda com o subchefe de Assuntos Jur�dicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, substituto do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que est� de f�rias. Os demais ministros do Planalto - Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Carlos Marun (Secretaria de Governo) - n�o est�o em Bras�lia.
Agenda privada
Na capital paulista, al�m da consulta com o urologista, o presidente deve se encontrar com o seu advogado Antonio Claudio Mariz, que est� com a responsabilidade de responder �s perguntas feitas ao presidente pela Pol�cia Federal no �mbito do processo que apura suposto pagamento de propina da empresa Rodrimar para Temer.
As perguntas foram enviadas pelo STF ao Pal�cio do Planalto, na quarta-feira passada, 3, e representam o interrogat�rio do presidente que ser� anexado a investiga��o aberta ap�s solicita��o do ex-procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot.
(Carla Ara�jo)