Porto Alegre, 24 - O revisor do caso do triplex do Guaruj� no Tribunal Regional Federal da 4� Regi�o (TRF4), desembargador Leandro Paulsen, saiu em defesa do juiz S�rgio Moro durante o seu voto contra o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Ao rebater alega��es da acusa��o contra o magistrado, Paulsen disse que n�o considerou que Moro tenha sido severo ao decidir pela condena��o em primeira inst�ncia pelos crimes de corrup��o passiva e lavagem de dinheiro, pelo contr�rio. "70 crimes estavam sendo imputados ao ex-presidente, e o magistrado (Moro) acolheu apenas dois", afirmou
Ele destacou que a 8� Turma, assim como Moro, est� sendo "extremamente criteriosa" com o caso.
Paulsen decidiu pela manuten��o da condena��o de Lula pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrup��o passiva, como j� havia decidido na primeira inst�ncia o juiz S�rgio Moro. At� agora, dois desembargadores j� votaram contra Lula e a favor da senten�a de Moro, com acr�scimo de pena.
O desembargador lembrou que, na pe�a de acusa��o, o Minist�rio P�blico Federal (MPF) tinha pedido a condena��o do petista por tr�s crimes. Paulsen admitiu que h� elementos que baseiam a vis�o dos procuradores, mas decidiu seguir o entendimento de Moro e restringir a aplica��o da pena a apenas dois crimes.
Segundo o magistrado, que � presidente do TRF-4, os principais executivos da OAS cuidavam "pessoalmente" das opera��es envolvendo o triplex destinado a Lula no Guaruj� (SP).
"O triplex jamais esteve entre apartamentos � venda e foi reformado para Lula. (triplex) torna evidente benef�cio pessoal e que se sabia da conta de propina", explicou. O desembargador ainda citou as visitas de Lula ao empreendimento para concordar com a senten�a.
Ap�s mais de oito horas de sess�o, dois dos tr�s desembargadores que comp�em a turma votaram pelo aumento da pena decretada por Moro. Neste momento, o desembargador Victor Laus realiza a leitura do seu voto. Uma decis�o un�nime contra Lula prejudica as possibilidades de recurso do petista.
No voto de Paulsen, ele acompanhou o relator do caso e defendeu que a pena de reclus�o em regime fechado s� seja cumprida ap�s todos os recursos serem exauridos na segunda inst�ncia, ou seja, no TRF4. Ainda assim, Lula poderia recorrer �s inst�ncias superiores posteriormente.
(Renan Truffi, Julia Lindner e Ricardo Brandt)