
Davos - O presidente Michel Temer disse na quarta-feira, 24, em Davos, onde participa do F�rum Econ�mico Mundial, que "n�o aceita mais" ser alvo de d�vidas sobre suspeitas de corrup��o em seu governo. "Os meus detratores est�o na cadeia e quem n�o est� na cadeia est� desmoralizado. Foram desmascarados pelos fatos", declarou o presidente.
No discurso no F�rum Mundial, Temer n�o fez refer�ncia ao julgamento do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4.ª Regi�o (TRF-4). Ele, por�m, comemorou o resultado positivo do mercado, registrado durante o dia, como um sinal de "confian�a" nas institui��es nacionais.
Na interpreta��o dele, o discurso diante dos empres�rios em Davos, garantindo a continuidade da pol�tica econ�mica, teria neutralizado uma eventual turbul�ncia por causa do julgamento do petista.
"Acabei de receber uma boa not�cia", disse Temer, referindo-se ao movimento de alta na Bolsa. "De modo que o discurso intercedeu com a repercuss�o, pelo que estou vendo. E foi muito exitosa nossa vinda para c�", declarou o presidente.
Questionamento
Ap�s o discurso no f�rum, por�m, Temer foi alvo de um questionamento por parte do fundador do evento, Klaus Schwab, sobre como a corrup��o poderia ter um impacto nas elei��es de outubro no Pa�s.
Temer minimizou a quest�o. "Acho que ser� um tema natural, j� que h� um combate pesado contra a corrup��o no Pa�s", respondeu. O presidente enfatizou que as institui��es est�o funcionando com "toda tranquilidade" e que h� uma "separa��o absoluta" dos Poderes. "Isso d� seguran�a jur�dica para o investimento no Pa�s", disse.
Justi�a
Horas mais tarde, quando voltou a ser questionado por jornalistas sobre a pergunta de Schwab, Temer reagiu com irrita��o. "Eu tive a oportunidade de dizer, assim como eu fiz no Brasil, que agora eu n�o vou mais tolerar essas coisas", afirmou.
Ele voltou a evitar coment�rios sobre o julgamento de Lula, mesmo depois de o resultado estar dois votos a favor da condena��o. "Vamos aguardar a decis�o final", afirmou. "� uma decis�o que cabe � Justi�a e, em particular, ao Tribunal Regional Federal", argumentou.
O presidente foi informado do resultado do julgamento, que manteve a condena��o de Lula por 3 a 0, com aumento de pena, quando j� estava no jantar oferecido pelo f�rum.
Temer havia orientado os ministros a n�o comentar publicamente a amplia��o da pena de Lula. O objetivo seria despolitizar a decis�o e evitar que os aliados de Lula usem as eventuais falas dos integrantes do governo como sinal de que n�o h� independ�ncia no Judici�rio.
No jantar oficial, no hotel Derby, por�m, a condena��o de Lula por unanimidade foi comemorada como uma final de jogo de futebol. � mesa do jantar, a comitiva brasileira acompanhava e Temer e seus principais ministros, como Henrique Meirelles (Fazenda) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presid�ncia), eram informados a cada voto. Com celular na m�o, alguns anunciavam, quase aos gritos, "tr�s a zero, tr�s a zero".
O jantar foi bastante concorrido, com as presen�as de Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Pedro Parente (Petrobr�s), Candido Bracher (Ita�), entre outros.
Na hora em que o desembargador Victor Laus proferiu o voto, encerrando o julgamento, foi um sem parar de toques de celular. J� em Zurique, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que a decis�o "n�o contaminar�" a economia.