S�o Paulo, 26 - O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Luiz In�cio Lula da Silva, disse a jornalistas, ap�s deixar a sede da Policia Federal em S�o Paulo, no final da manh� dessa sexta-feira, 26, que a decis�o da Justi�a em apreender o passaporte do petista n�o tirou a sua serenidade. "Lula est� sereno, mas, como toda pessoa que sofre uma restri��o indevida de seus direitos, � natural que exista um sentimento de indigna��o", emendou. O advogado permaneceu por pouco mais de uma hora na sede da PF.
Zanin reiterou que ficou "estarrecido" com a ordem de apreens�o do passaporte, que a medida n�o se justifica e adiantou que vai recorrer da decis�o, "at� porque foi baseada em um processo que n�o est� sob a jurisdi��o do juiz que determinou essa medida".
Segundo o advogado, a proibi��o fere o direito de ir e vir do presidente , que est� assegurada pela Constitui��o Federal e por tratados internacionais dos quais o Brasil � signat�rio. "O pr�prio Tribunal Regional Federal da 4� Regi�o (TRF-4) n�o se op�s � viagem, que foi comunicada com anteced�ncia", explicou.
O confisco do documento foi autorizado pelo juiz federal Ricardo Soares Leite, da 10� Vara de Bras�lia, onde Lula � r�u na Opera��o Zelotes por suposto tr�fico de influ�ncia e lavagem de dinheiro na compra de ca�as suecos no governo Dilma Rousseff. Em sua decis�o, o juiz afirmou ver "real e iminente probabilidade" da pris�o do petista ap�s o TRF- 4 manter a condena��o imposta pelo juiz Sergio Moro no caso do tr�plex do Guaruj� e ampliar a pena de 9 anos e meio para 12 anos e um m�s de reclus�o.
Lula viajaria na madrugada desta sexta-feira para a Eti�pia, a convite da Uni�o Africana para participar de um encontro com l�deres mundiais. A viagem ficou prejudicada e "o Brasil deixou de levar seu know-how ao evento", argumentou Zanin, acrescentando n�o ter conhecimento de outros compromisso internacionais do petista.
O advogado afirmou que os recursos ser�o apresentados "no momento adequado" ao TRF-1, de onde partiu a decis�o. "Tomaremos todas as medidas cab�veis para reverter a decis�o e questionaremos a compet�ncia do juiz para tratar de assuntos relativos a um processo que corre na Justi�a do Rio Grande do Sul".
(Marcelo Osakabe)