
S�o Paulo – O presidente da Rep�blica, Michel Temer (PMDB), analisou o cen�rio pol�tico das elei��es deste ano e a presen�a ou aus�ncia do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT). O peemedebista foi entrevistado com exclusividade pela R�dio Bandeirantes na manh� desta segunda-feira.
"Dizer que Lula 'est� morto' politicamente, que a imagem, palavra, presen�a n�o estar� presente [no cen�rio pol�tico]... morto ele n�o est�", declarou.
Para Temer, a aus�ncia do ex-presidente "tensiona o pa�s". "Temos que distencionar as rela��es. O Brasil vive um tensionamento permanente. � brasileiro contra brasileiro".
"Queria que Lula participasse da elei��o para pacificar o pa�s", afirmou.
Temer voltou a afirmar que n�o ser� candidato em 2018 e acrescentou que vai dedicar os pr�ximos seis meses para recuperar seus aspectos morais.
O presidente Temer se referiu �s den�ncias contra ele que vieram ap�s a dela��o dos empres�rios da JBS.
Ele declarou que n�o vai admitir que se diga impunimente que ele � “trambiqueiro” ou praticou falcatruas: “Eu estou cumprindo muito bem o meu papel, j� estou satisfeito com o que eu fiz. Eu quero algu�m que defenda o meu legado. At� porque eu fui, de alguma maneira, desmoralizado por alguns embates de natureza moral, porque a minha luta n�o foi pol�tica, foi de natureza moral. Quem conhece minha vida, sabe o que eu tenho, sabe da absoluta inverdade nisso que se fez. Eu, nesses seis meses, vou me dedicar � recupera��o dos meus aspectos morais. N�o vou admitir mais que se diga impunimente que o presidente � trambiqueiro, que fez falcatruas. N�o vou permitir. Meus detratores est�o na cadeia e quem n�o est� na cadeia est� desmoralizado porque foi desmascarado por fatos concretos. Ningu�m foi desmoralizado � toa”.
Michel Temer evitou criticar o Minist�rio P�blico Federal, mas declarou, sem citar nominalmente, que o ex-procurador Rodrigo Janot foi irrespons�vel: “N�o acuso o Minist�rio P�blico. O que n�s podemos � cifrar essa acusa��o a um membro do Minist�rio P�blico, que n�o teve tranquilidade suficiente para analisar todas as provas, verificar tudo aquilo que foi depois desmentido. Foi jogando den�ncia em cima do presidente de uma maneira irrespons�vel”.
O presidente admitiu que a proposta de reforma da Previd�ncia pode sofrer novas altera��es.
Temer reconheceu que a economia gerada com o texto atual ser� menor do que a esperada, mas considerou ser melhor do que nada.
O presidente afirmou que a ideia do governo � n�o ir al�m do que j� foi: “O Legislativo � um lugar de di�logo. N�o � improv�vel que l� haja um di�logo para insistir junto ao governo, por exemplo, o tema da pens�o, da dupla pens�o, aposentadoria com pens�o, deve ser amenizado, n�o deve... � poss�vel que aconte�a isso. Mas sempre haver� uma economia muito significativa neste padr�o ao longo dos 10 anos”.
Michel Temer declarou que considera este momento p�s-recesso mais favor�vel � aprova��o da reforma do que o fim do ano passado.
Para o presidente, o governo est� conseguindo esclarecer que as mudan�as n�o v�o tirar direitos dos aposentados, mas garantir o pagamento no futuro.
Ele acrescenta garante que a proposta vai combater privil�gios e equiparar servidores p�blicos e funcion�rios de empresas: “Um milh�o de servidores que ganham muito acima do teto representam quase metade do d�ficit previdenci�rio do pa�s. 29,5 milh�es trabalhadores do setor privado representam essa metade mais metade. Ent�o voc� veja a distor��o desses privil�gios”.
Michel Temer afirmou que quem n�o votar a favor da reforma estar� fazendo um mal para o pa�s e para os aposentados.
Perguntado sobre quais privil�gios a reforma colocaria um fim, Michel Temer disse que o projeto visa diminuir, principalmente, a diferente entre o setor p�blico e o privado.
"Ser� que o trabalhador p�blico, que ganha mais, trabalha mais arduamente do que o do setor privado? Ou � ao contr�rio? O princ�pio de igualdade � fundamental".
Michel Temer defendeu indica��es pol�ticas para preencher cargos em empresas estatais. Ao falar sobre os quatro vice-presidentes da Caixa que foram afastados, o presidente afirmou ser quase imposs�vel preencher todos os cargos sem indica��es.
"Quando um presidente chega, ele tem um n�mero de estatais que t�m 200 cargos para preencher. Como um presidente vai sentar e escolher as 200 pessoas com crit�rios de moralidade absoluta?", declarou.
“Podem chegar sugest�es da classe pol�tica, eleita pelo voto. Ent�o tenho o direito de indicar nomes. Agora, nomes inconvenientes, que n�o atendam muito bem, o governo decidir�. O fato de indicar n�o � criminoso. � um fato sens�vel na democracia”.
Dos 12 vice-presidentes da Caixa, quatro foram afastados por pedido do Banco Central e do Minist�rio P�blico por "irregularidades". Os nomes dos pr�ximos vices para os cargos ser�o eleitos pelo pr�prio Conselho da Caixa, n�o mais por indica��o pol�tica.
“As pessoas esquecem, mas a lei das estatais, que busca a moralidade administrativa, fui eu que regulamentei. Sancionei este projeto. Aconteceu essa adapta��o no Banco do Brasil, Petrobr�s, Furnas e agora na Caixa. O Conselho vai nomear os vices, frutos de ato deste governo”.