S�o Paulo, 30 - O presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse, em entrevista ao jornal
O Estado de S. Paulo
, que a aus�ncia do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva na elei��o deste ano vai estimular candidaturas ao Planalto.
O sr. ser� candidato?
Alguns amigos, partidos, acham que eu poderia colocar meu nome. Eu acho que, se ao longo do tempo essa hip�tese virar em algum apoio de fato na sociedade posso discutir isso mais � frente.
Chegou a dizer que precisava alcan�ar 7% de inten��o de voto para se lan�ar candidato...
Mas isso foi s� um chute. N�o � isso, precisa � de um projeto que garanta uma transforma��o para o Pa�s. O mundo est� vivendo uma revolu��o tecnol�gica e o Brasil n�o pode ficar fora disso. A gente precisa de um projeto que tenha isso como base, que a gente possa aproveitar toda essa revolu��o em benef�cio da sociedade. E acho que isso a gente tem condi��o de fazer, algum candidato precisa representar isso. E eu quero fazer parte, acho que � um projeto que tem rela��o com a minha gera��o. Agora, quem � o nome? Vamos construir um pouco mais na frente, agora � cedo para tratar disso.
Como o sr. avalia a condena��o em segunda inst�ncia do ex-presidente Lula no cen�rio eleitoral?
A quest�o jur�dica est� decidida, a pol�tica � do PT, n�o � nossa. O presidente Lula tem a for�a dele, � claro, disputando ou n�o ele ter� um peso importante nas elei��es, mas menor na minha avalia��o.
Por que menor?
Acho que por falta de uma candidatura de oposi��o a ele definida - os nomes ainda est�o desconhecidos - ele acaba ficando num patamar de inten��o de votos maior do que ele ter� se for candidato ou ter� para transferir. Ent�o, � claro que ele tem muito apoio, mas acho que esse apoio est� distorcido.
A esquerda divida atrapalha Lula?
Acho que sem ele o quadro (eleitoral) ficar� mais pulverizado no campo dele ou no outro.
Como responde � reportagem publicada pelo jornal O Globo sobre visita sua � sede da Odebrecht no dia em que seu pai, Cesar Maia, teria recebido doa��o da empresa?
� um absurdo isso. Ningu�m falou que eu tinha ido buscar dinheiro. Inventaram a tese de que fui pegar dinheiro, n�o tem nada disso, n�o � verdade. O escrit�rio que eles dizem tamb�m que v�o n�o era nosso, n�o tinha ningu�m nosso naquela �poca. Ent�o s�o contradi��es uma atr�s da outra.
Mas houve o dep�sito no dia?
N�o. O que est�o dizendo � que eu fui na Odebrecht e me deram recursos. N�o recebi recurso nenhum da Odebrecht, de caixa 2. O que recebi foi uma doa��o de duas empresas ligadas � Odebrecht e est� tudo registrado. O que foi doado est� registrado e n�o tem nenhuma, nenhum dos delatores, mesmo falando mentiras, falou em nenhum momento que eu fui � Odebrecht tratar disso.
Esse caso pode atrapalhar suas pretens�es eleitorais?
Sempre atrapalha, mas acho que as nossas explica��es, a nossa transpar�ncia e o andar do inqu�rito v�o provar que essas informa��es s�o contradit�rias, n�o s�o verdadeiras e o inqu�rito vai ser arquivado.
O presidente Temer iniciou ofensiva pela aprova��o da reforma da Previd�ncia, concedendo entrevistas a programas populares de r�dio e TV. Isso ajuda?
Quanto mais pessoas falando, e o presidente da Rep�blica, � claro, sempre ajuda a mostrar a import�ncia que a reforma tem, explicando aquilo que est� se propondo: criar um sistema igual para o setor p�blico e o setor privado, sem distor��es, o que � uma demanda muito grande da sociedade. Ent�o, a participa��o ativa do governo � fundamental.
O sr. havia colocado como prazo para a aprova��o da reforma o fim de fevereiro. Mant�m esse prazo? Como est� a contabilidade dessa vota��o?
Agora � que vai come�ar a parte mais intensa na C�mara, conversando com cada um dos deputados e deputadas. Eu n�o tenho muita no��o do n�mero, mas acho que, trabalhando de forma conjunta com os l�deres de partidos, temos chance de chegar l� (aos 308 votos necess�rios para a aprova��o da proposta de emenda constitucional). Vamos chamar um a um, olhar olho no olho, mostrar aos deputados qual vai ser o impacto para a vida do cidad�o simples. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Adriana Ferraz)